"Lula Livre" deve se transformar em pedido de anulação dos autos, diz Lula
Resumo da notícia
- Em discurso em PE, Lula pede que discurso "Lula Livre" evolua para "algo muito maior"
- No quarto discurso público desde que foi libertado, Lula repetiu argumentos
- Lula enalteceu militância e Fernando Haddad, e criticou Moro, Bolsonaro e Dallagnol
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, durante discurso realizado na noite de hoje, no Recife, que a militância deve evoluir do jargão "Lula Livre", que foi a bandeira do partido desde o ano passado, para cobrar a suspeição do ministro Sérgio Moro, que julgou seus processos enquanto juiz, e pedir a anulação dos autos.
"A campanha 'Lula Livre' tem que se transformar numa coisa muito maior. Apresentem provas contra mim e me condenem e aí não faço mais discurso contra vocês", afirmou o ex-presidente no Festival Lula Livre, realizado entre a tarde e a noite de hoje com diversas apresentações culturais na capital pernambucana.
Nos 20 minutos em que discursou, Lula repetiu o que falou as outras três vezes em que falou publicamente. A primeira, em Curitiba, ao deixar a Superintendência da PF (Polícia Federal), onde estava preso; a segunda, em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo; e a terceira em Salvador, na reunião da executiva nacional do PT.
Afirmou nesses quatro discursos desde que está livre que poderia ter ido a alguma embaixada ou país vizinho, mas que decidiu se entregar para mostrar "a farsa da Operação Lava Jato". Disse que o país piorou com o presidente Jair Bolsonaro, o ligando a milícias, e agradeceu os militantes e Fernando Haddad, que disputou a presidência ano passado pelo PT.
Eu escolhi ir para a PF para desmascarar a Lava Jato. Eles estão destruindo o país em nome do quê? Não quero privilégio. Quero que anulem o meu processo.
Luis Inácio Lula da Silva
"Eu posso dizer para vocês uma coisa. Hoje, sou um homem melhor do que aquele que entrou na cadeia. A quadrilha neste país foi montado pelo [juiz Sergio] Moro, [procurador Deltan] Dallagnol, [Jair] Bolsonaro, por aqueles que me julgaram", afirmou o ex-presidente.
Lula solto
O ex-presidente Lula foi beneficiado com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que derrubou prisões em segunda instância. Segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), menos de 5.000 presos serão beneficiados. Condenados com o trânsito em julgado, ou seja, sem mais oportunidades de recorrer, e aqueles com prisão preventiva, continuarão em cárcere.
Um dia depois da decisão do STF, a defesa de Lula pediu urgência na soltura do ex-presidente e coube ao juiz Danilo Pereira Júnior, que substitui Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal em Curitiba, assinar o alvará de soltura. Lebbos, que está em férias, é a responsável pela execução da pena de Lula. O petista deixou a PF em Curitiba no fim da tarde de 8 de novembro. Apesar da soltura, Lula não foi considerado inocente pela Justiça.
Lula estava preso em razão da sentença que recebeu no processo do tríplex do Guarujá, no litoral de São Paulo. A condenação ocorreu enquanto Lula era o pré-candidato do PT à Presidência da República e liderava a preferência nas pesquisas eleitorais.
O processo foi derivado da Operação Lava Jato, que tinha à frente o juiz federal Sergio Moro, atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, que venceu o segundo turno na disputa com Fernando Haddad (PT).
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