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Governo reage a Joice e quer direito a Powerpoint em CPI das Fake News

18.out.2019 - A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
18.out.2019 - A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

19/11/2019 16h34

A base do governo Jair Bolsonaro (PSL) quer apresentar hoje uma questão de ordem à CPI das Fake News na tentativa de garantir a todos os parlamentares que assim desejarem o direito de fazer apresentações em Powerpoint (sequência de slides) durante o depoimento da deputada federal Joice Hasselmann, marcado para amanhã (20).

A iniciativa é uma reação aos planos de Joice, ex-aliada do presidente Bolsonaro e hoje inimiga declarada do governo.

Ela será ouvida na CPI para falar sobre a produção e disseminação de notícias falsas a partir das chamadas "milícias digitais" —grupos organizados que atuariam em favor do bolsonarismo na internet.

A colunista da Folha Mônica Bergamo publicou hoje que Joice está preparando um Powerpoint para detalhar o que diz serem os vários núcleos dessas "milícias digitais".

De acordo com a coluna, cada célula será representada em um organograma com a foto de seu líder no centro —e, saindo dele, suas ramificações. A ilustração seria inspirada no Powerpoint que o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol fez para acusar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2017, segundo informou Mônica Bergamo.

A questão de ordem a ser apresentada pelo governo pode ou não ser acatada pelo presidente da CPI, o senador Angelo Coronel (PSD-BA). Geralmente, pleitos como esse são negados. A ideia deve ser colocada à Mesa durante uma audiência pública realizada nesta tarde com especialistas em segurança cibernética.

Na prática, trata-se de uma iniciativa política de enfrentamento a Joice em um depoimento que tende a ser acalorado, marcado por ataques a Bolsonaro e bate-boca entre os membros da comissão.

Frota na CPI das Fake News

Situação semelhante ocorreu na audiência com o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), que também já foi aliado e correligionário de Bolsonaro e acabou sendo expulso da legenda após desentendimentos.

Na ocasião, Frota e um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), trocaram farpas e baixarias. Líder do PSL na Câmara, Eduardo declarou que o ex-aliado "era menos promíscuo quando fazia filme pornô". Em seguida, ouviu: "Eu sei que você gosta".

Antes da reação de Eduardo, Frota havia criticado Jair Bolsonaro e o acusado de financiar e proteger "terroristas virtuais". Segundo ele, o Planalto mantém uma estrutura de "milícias digitais" com a finalidade de espalhar fake news e atacar adversários.