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Ministros caem 'até mesmo por razões inexplicáveis', diz Santos Cruz à CPI

General Carlos Alberto Santos Cruz durante seu depoimento na CPMI da Fake News - RENATO COSTA /FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
General Carlos Alberto Santos Cruz durante seu depoimento na CPMI da Fake News Imagem: RENATO COSTA /FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

26/11/2019 14h31

Demtido em junho deste ano da Secretaria de Governo da Presidência, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz afirmou hoje à CPI das Fake News não guardar mágoa do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e declarou que ministros caem "até mesmo por razões inexplicáveis".

"A escolha de ministro e a dispensa do serviço de um ministro é uma prerrogativa do presidente. A gente pode até criticar a maneira como isso é feito, mas não existe nada de errado. Até mesmo por razões inexplicáveis o presidente tem essa prerrogativa", disse.

Santos Cruz depõe nesta tarde à CPI para falar sobre produção e disseminação de notícias falsas na internet.

O militar foi alvo de ataques difamatórios durante o processo de fritura que resultou em sua saída do cargo. A demissão ocorreu após sucessivas crises com o guru ideológico do presidente, o escritor Olavo de Carvalho, e com os filhos de Bolsonaro, sobretudo o vereador no Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).

Conhecido pelas mensagens polêmicas no Twitter, Carlos é tido como um estrategista de Bolsonaro nas redes sociais. Desde a eleição do ano passado, notabilizou-se por mensagens em defesa do pai, do governo e com ataques aos adversários.

Santos Cruz o terceiro ministro a cair no governo —antes dele, haviam sido demitidos Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral), por conta do esquema de candidaturas laranjas do PSL revelado pela Folha de S.Paulo, e Ricardo Vélez Rodríguez (Educação), pelas falhas de gestão na pasta.

O general evitou entrar no mérito das crises em que esteve envolvido e também não mencionou quais teriam sido as "razões inexplicáveis" que supostamente resultaram em sua demissão. Limitou-se a dizer que a escolha de ministros é uma prerrogativa inviolável do presidente.

"Uma autoridade pode dispensar o serviço de qualquer cargo de confiança por algumas razões ou até mesmo razões de foro íntimo", afirmou.

Questionado sobre os ataques que sofreu por parte dos filhos de Bolsonaro na ocasião de sua demissão, o ex-ministro respondeu apenas que "alguns eventos ali no final do filme não foram agradáveis".

"Eu não vou falar de filho do presidente da República. Tenho meu conceito sobre cada um deles e sobre o próprio presidente. Mas acho que seria uma coisa completamente deselegante, de falta de educação, e e eu não vou fazer isso [atacar terceiros]."