Joice diz que recebeu ameaça de morte e adia ida a CPMI das Fake News
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) disse que recebeu uma ameaça de morte, na madrugada desta terça-feira (19), um dia antes de prestar depoimento na CPMI da Fake News. Depois de receber a mensagem pelo Whatsapp e também ter "novas e gravíssimas" informações sobre ataques virtuais, ela decidiu adiar a sua participação na comissão.
A ideia era ouvir a ex-líder do governo Bolsonaro na CPMI para falar sobre a produção e disseminação de notícias falsas a partir das chamadas "milícias digitais" —grupos organizados que atuariam em favor do bolsonarismo na internet.
Ao UOL Joice afirmou que recebeu a mensagem com a ameaça às 5h40, mas só visualizou durante a tarde, enquanto voava de São Paulo a Brasília.
"A ameaça dizia que meu fim estava próximo, que eu era vagabunda, canalha e merecia um tiro na testa. Vou entrar com uma representação criminal na Polícia Federal. Estamos vendo o que fazer, você vê que a coisa está animada, né", disse Joice ao lado de seu advogado.
A deputada afirmou que também recebeu um grande volume de novas informações sobre supostos perfis fakes ontem, mas que não teve condições de analisar. Por isso, contratou um perito na área de cybercrime para lhe ajudar.
"É um volume muito grande e eu não tenho competência técnica para de saber o que é real e que não é", afirmou.
A deputada quer levar o conteúdo analisado para a sua participação na CPMI, que deve ser remarcada para o dia 4 de dezembro.
A colunista Mônica Bergamo publicou hoje, no jornal Folha de S. Paulo, que Joice estaria preparando um Powerpoint para detalhar o que diz serem os vários núcleos dessas "milícias digitais".
De acordo com a coluna, cada célula será representada em um organograma com a foto de seu líder no centro —e, saindo dele, suas ramificações. A ilustração seria inspirada no Powerpoint que o procurador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol fez para acusar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2017, segundo informou Mônica Bergamo.
A questão de ordem a ser apresentada pelo governo pode ou não ser acatada pelo presidente da CPMI, o senador Angelo Coronel (PSD-BA). Geralmente, pleitos como esse são negados. A ideia deve ser colocada à Mesa durante uma audiência pública realizada nesta tarde com especialistas em segurança cibernética.
Na prática, trata-se de uma iniciativa política de enfrentamento a Joice em um depoimento que tende a ser acalorado, marcado por ataques a Bolsonaro e bate-boca entre os membros da comissão.
Frota na CPI das Fake News
Situação semelhante ocorreu na audiência com o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), que também já foi aliado e correligionário de Bolsonaro e acabou sendo expulso da legenda após desentendimentos.
Na ocasião, Frota e um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), trocaram farpas e baixarias. Líder do PSL na Câmara, Eduardo declarou que o ex-aliado "era menos promíscuo quando fazia filme pornô". Em seguida, ouviu: "Eu sei que você gosta".
Antes da reação de Eduardo, Frota havia criticado Jair Bolsonaro e o acusado de financiar e proteger "terroristas virtuais". Segundo ele, o Planalto mantém uma estrutura de "milícias digitais" com a finalidade de espalhar fake news e atacar adversários.
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