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Lula: Como Alemanha nazista, querem destruir Brasil começando pela cultura

Lula participa de ato no Rio de Janeiro e discurso no Circo Voador - REUTERS/Ian Cheibub
Lula participa de ato no Rio de Janeiro e discurso no Circo Voador Imagem: REUTERS/Ian Cheibub

Do UOL, em São Paulo

18/12/2019 22h58

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no Rio de Janeiro hoje à noite para um ato público que reuniu cerca de 500 artistas, intelectuais e apoiadores no Circo Voador, na Lapa. Para ele, o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quer destruir o Brasil, começando pela cultura, assim como os nazistas fizeram na Alemanha.

"Como na Alemanha nazista, querem destruir o Brasil começando pela cultura. Vamos resistir como já resistimos a outros pesadelos", afirmou Lula, citando ainda que a importância da atriz Fernanda Montenegro é muito maior do que a carreira política de Bolsonaro.

"Chegou ao cúmulo de insultar uma das maiores artistas que esse pais já produziu, ignorando o fato de que a Fernanda Montenegro olhando 30 segundos para uma câmera fez muito mais pelo Brasil do que o Bolsonaro em 30 anos sentado numa cadeira de deputado."

Ainda falando sobre cultura e Brasil, Lula citou o humorista Fábio Porchat, que recentemente fez críticas ao chefe do Executivo no Twitter e também ao receber o Emmy de Melhor Comédia do Emmy Internacional com o Porta dos Fundos.

"Diria Fábio Porchat: Bolsonaro não governa, ele se vinga. Estejam certos que a tentativa de desmonte da cultura é em primeiro lugar uma vingança a cada uma e a cada um de vocês que ousaram cantar e dançar e gritar 'Ele não'", declarou Lula.

"É também a vingança contra tudo o que a cultura representa para o ser humano e é o que justamente o que esse governo mais odeia e teme. O atual governo vive de promover a morte."

Haddad

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também participou do ato no Circo Voador e disse que não conhece "pessoa mais tosca na face da Terra" do que Bolsonaro. O petista declarou que não há um dia do governo que Bolsonaro ou um ministro não tenha ofendido alguém.

"Ele ofende as pessoas democraticamente. Ele ofende o Leonardo DiCaprio, [Fernanda Montenegro], Greta [Thunberg], a mulher do presidente da França [Brigitte Macron]. Para mim, ofender Paulo Freire é mais uma pessoa de quem ele jamais leu uma linha, um livro, se é que ele leu um livro na vida", afirmou Haddad.

O político, que disputou a presidência com Bolsonaro ano passado e perdeu no segundo turno, afirmou ainda que a solução é prática.

"Temos que responder com mais cultura, arte, indignação, ironia, militância, unidade e temos que começar a derrotar esse projeto. Se nasceu aqui no Rio de Janeiro, tem que começar a morrer aqui o bolsonarismo. É aqui que ele vai começar a morrer, para o Brasil começar a ter paz."