Mourão defende Moro e diz que "em time que está ganhando não se mexe"
Resumo da notícia
- General re reúne com Moro e afirma contra desmembrar ministério da Justiça e da Segurança
- Moro se viu sob ameaça após Bolsonaro cogitar o esvaziamento de sua pasta; presidente recuou hoje
- Segundo general, ex-juiz não está abalado e é um homem tranquilo
O presidente em exercício, general Hamilton Mourão (PRTB), defendeu hoje o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e disse que "em time que está ganhando não se mexe".
Mourão se reuniu hoje com o ex-juiz da Operação Lava Jato, que tem vem sofrendo uma fritura no governo diante da sinalização do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que pode recriar o Ministério da Segurança Pública e retirar tal atribuição da pasta hoje comandada por Moro.
"A situação que estamos vivendo é a de um time que está vencendo", disse o vice de Bolsonaro, que em viagem oficial à Índia. "Em time que está ganhando, a gente não mexe."
O general afirmou que, na reunião com Moro, conversou sobre a criação de uma força nacional ambiental contra o desmatamento. Ele negou que tenha tocado no assunto da hipótese de separação ministerial entre Segurança e Justiça.
Mourão também disse já ter discutido o tema com Bolsonaro e reafirmou sua opinião. "Algumas vezes já trocamos ideia a esse respeito. Ele apenas me perguntou e eu respondi a ele que, do jeito que está está bom."
O general disse não ter sentido qualquer abalo por parte do ministro. "Moro é uma pessoa muito tranquila. Isso não abala ele."
Uma eventual perda da gestão da pasta da Segurança Pública seria um duro golpe para Moro. Ainda durante o processo eleitoral de 2018, ele aceitou renunciar à carreira da magistratura e se tornar ministro desde que tivesse autonomia para comandar órgãos como a Polícia Federal, por exemplo.
Bolsonaro agora diz ser zero chance de recriar ministério
Na chegada à Índia, na manhã de hoje, Bolsonaro disse que, no momento, a chance de ocorrer uma separação ministerial entre Justiça e Segurança é "zero". No entanto, ele fez uma ressalva e ponderou que, em política, tudo pode mudar.
"A chance [de separara os ministérios] no momento é zero. Tá bom ou não? Tá bom, né? Não sei amanhã, política tudo muda. Não há essa intenção de dividir. Não há essa intenção."
Quando disse que estudaria a recriação, ontem, o presidente adiantou que Moro ficaria com a pasta da Justiça. Ressaltou estar ciente que o ministro seria contra a mudança. "Lógico que o Moro deve ser contra."
A possibilidade de separar Justiça e Segurança Pública pode ser mais um lance no embate quase sempre silencioso entre Bolsonaro e Moro, hoje com uma popularidade maior que a do chefe, segundo pesquisas de opinião pública, e considerado um potencial candidato na eleição presidencial de 2022.
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