Bolsonaro diz que pediu para Flávio condecorar em 2003 miliciano morto
Resumo da notícia
- Filho do presidente, Flávio Bolsonaro homenageou ex-capitão do Bope em 2003
- Miliciano conhecido como capitão Adriano foi morto na Bahia no último fim de semana
- Para o presidente, na época, o ex-capitão do Bope "era um herói"
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que foi o responsável pela homenagem feita em 2003 por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), ao ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) Adriano da Nóbrega.
Acusado de ser um dos chefes da milícia de Rio das Pedras e do Escritório do Crime, um grupo de matadores de aluguel, Adriano foi morto no último final de semana na Bahia.
Em 2003, Adriano foi homenageado na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Na época, Flávio estava em seu primeiro ano como deputado estadual, e Jair Bolsonaro era deputado federal. O então policial do Bope recebeu uma moção de louvor pela "dedicação, brilhantismo e galhardia".
"Eu é que pedi para o meu filho condecorar para que não haja dúvida. Ele era um herói [na época]. O meu filho, recém-eleito... eu que determinei, pode trazer para cima de mim isso aí. O meu filho condecorou centenas de policiais", disse Bolsonaro, em entrevista à imprensa no Rio.
No início de 2004, Adriano foi preso preventivamente suspeito da morte do guardador de carros Leandro dos Santos Silva. Ele permanecia preso quando recebeu, em 2005, a segunda homenagem de Flávio Bolsonaro, a medalha Tiradentes, maior honraria concedida pela Alerj.
Apesar de ter dito que pediu ao filho para condecorar Adriano, Bolsonaro disse, logo em seguida, que só conheceu Adriano em 2005.
"Ele foi condenado em primeira instância, absolvida em segunda. Não tem nenhuma sentença transitada e julgada condenando o capitão Adriano por nada. Sem querer defendê-lo, desconheço a vida pregressa dele. Naquele ano, era o herói da Polícia Militar", argumentou o presidente.
Discussão com governador da Bahia
Adriano da Nóbrega foi morto no último domingo durante um suposto confronto com policiais militares em um sítio do município de Esplanada, na Bahia.
O presidente foi questionado sobre a investigação do caso e levantou um atrito político. "Quem é o responsável pela morte do capitão Adriano? PM da Bahia, do PT. Precisa falar mais alguma coisa?" declarou.
Em publicação nas redes sociais, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), rebateu a fala de Bolsonaro e insinuou que o miliciano possuía "laços de amizade com a Presidência".
Bolsonaro nega ligação com milícia
Apesar de revelar que foi quem orientou o filho a homenagear Adriano, Jair Bolsonaro negou qualquer vínculo com os grupos paramilitares. "Não exista ligação minha com milícia do Rio de Janeiro", afirmou.
Quando foi questionado se havia sido também o responsável por pedir ao filho a contratação da esposa de Adriano como assessoras de gabinete, o presidente Jair Bolsonaro se irritou e disse que encerraria a entrevista. "É um absurdo", disse aos jornalistas.
Nesse momento, o senador Flávio Bolsonaro assumiu a entrevista."Eu, como deputado estadual, homenageei centenas e centenas de policiais militares que venciam a morte todos os dias... Não adianta querer me vincular à milícia porque não tenho absolutamente nada com a milícia", defendeu.
Evento no Rio
O presidente foi ao Rio de Janeiro para a inauguração da alça de ligação da ponte Rio-Niterói à Linha Vermelha.
A obra deve desafogar o trânsito da avenida Brasil e facilitar o caminho de quem chega ao Rio rumo à zona oeste.
O viaduto tem 2,5 quilômetros e duas pistas de rolamento. Cerca de 15 mil veículos devem passar pelo local diariamente, com o tráfego liberado apenas para veículos de passeio e coletivos.
Bretas mostra mantém proximidade com Bolsonaro
Entre os nomes da política no evento em que participou o presidente Jair Bolsonaro, como o senador Flavio Bolsonaro (sem partido) e o prefeito do Rio Marcelo Crivella (PRB), chamou a atenção a presença do juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava Jato no Rio.
Bretas e sua esposa subiram ao palco enquanto outras autoridades políticas como a deputada federal Flordelis (PSD) e prefeitos da região, ficaram junto ao público.
Pelas redes sociais, o magistrado sempre se mostrou próximo da família Bolsonaro. Em um culto no ano passado na Câmara dos Deputados, o presidente disse que iria indicar um nome "terrivelmente evangélico" como ministro do Supremo Tribunal Federal e Bretas é uma opção
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