Contra coronavírus, G20 promete injetar US$ 5 trilhões na economia global
Com participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o G20 fez uma reunião hoje, de forma virtual, para debater a pandemia do coronavírus e anunciou um investimento de US$ 5 trilhões na economia global para enfrentar os efeitos da crise que tem se alastrado pelo mundo.
Segundo o grupo que reúne os líderes das maiores economias do mundo, a injeção de recursos abrangerá políticas fiscais direcionadas e médicas de garantia no enfrentamento de "impactos sociais, econômicos e financeiros da pandemia".
"A magnitude e o escopo dessa resposta colocará a economia global em pé novamente e estabelecerá uma base sólida para a proteção do emprego e a recuperação do crescimento", informaram os membros do G20 em uma declaração conjunta publicada após a reunião virtual.
Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a participação na teleconferência. Ele vem sendo criticado no Brasil e na comunidade internacional pela postura negacionsita em relação à gravidade do coronavírus.
Ontem (25), o presidente brasileiro disse que pretende alterar o tipo de quarentena que tem sido recomendada para impedir que o coronavírus se espalhe ainda mais pelo país. Segundo ele, a ideia é incentivar um "isolamento vertical", e não o "horizontal", como estaria ocorrendo.
O mandatário defendeu que a medida seja adotada a idosos e pessoas do grupo de risco, e que parte dessa responsabilidade cabe aos filhos. Também criticou o Congresso, voltou a atacar os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e disse que até mesmo a "normalidade democrática" estaria sob ameaça.
As declarações ocorreram na saída do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, um dia após Bolsonaro ter feito pronunciamento em que defendeu o fim das medidas de quarentena nas cidades, adotando postura na contramão das orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
'Proteger vidas e empregos'
No comunicado, o G20 informa que foram elencadas seis prioridades para a temporada de combate ao coronavírus e aos efeitos da pandemia. No topo da lista está a proteção de vidas, mas o grupo também observa sua preocupação em resguardar o "emprego e a renda das pessoas".
O G20 afirma ainda que trabalhará para "restaurar a confiança, preservar a estabilidade financeira, reavivar o crescimento e recuperar-se mais forte", assim como "minimizar interrupções no comércio e nas cadeias de suprimentos globais", "prestar ajuda a todos os países que precisam de assistência" e "coordenar medidas de saúde pública e financeiras".
'Vírus não respeita fronteiras'
Na visão do grupo de líderes mundiais, a pandemia da covid-19 é um fato "sem precedentes" e exige uma "abordagem transparente, robusta, coordenada em larga escala e baseada na ciência". "O vírus não respeita fronteiras", diz o comunicado
Além do aporte financeiro, o G20 se comprometeu a promover o intercâmbio epidemiológico e clínico e o compartilhamento de dados e materiais necessários para pesquisa e desenvolvimento. O objetivo é fortalecer os sistemas de saúde no mundo e incentivar a plena implementação das orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde).
"Expandiremos a capacidade de fabricação para atender às crescentes necessidades de suprimentos médicos e garantir que eles estejam amplamente disponíveis, a um preço acessível, de forma equitativa, onde são mais necessários e o mais rápido possível."
Emergência
A reunião foi convocada em caráter emergencial devido ao avanço do coronavírus, que já provocou mais de 22 mil mortes e obriga 3 bilhões de pessoas em todo o planeta ao confinamento. A teleconferência foi presidida pelo rei Salman, da Arábia Saudita, país que preside o grupo neste ano.
A nível global, o número de infectados se aproxima de meio milhão de pessoas, com mais de 250.000 oficialmente declarados na Europa, mais da metade apenas na Itália (74.386) e Espanha (56.188).
(Com informações da AFP)
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