'Espero que Bolsonaro não vire uma Dilma de calças', diz Joice
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) disse esperar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não se torne uma "Dilma de calças" e "tome as rédeas do Brasil".
Ex-aliada do presidente e eleita pelo PSL, antigo partido de Bolsonaro, Joice também disse que seria capaz de firmar um acordo de paz com o bolsonarismo pelo "bem do Brasil".
"Eu espero que o Jair Bolsonaro não 'Dilme', eu espero que ele não vire uma Dilma de calças. Eu espero que ele tome as rédeas do Brasil e seja o homem que eu projetei para estar na Presidência", disse a deputada.
"No meio do processo ele [Bolsonaro] acabou perdendo alguns aliados. Mas quando a gente fala que perdeu aliados, o Brasil não perdeu. Eu e o Olímpio [senador pelo PSL de SP] continuamos votando 100% com o governo. Só que nós temos a nossa independência de dizer 'querido presidente, isso está errado'. Eu sou capaz de fumar o cachimbo da paz com o presidente. Por que? Pelo bem do Brasil", afirmou Joice.
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), citada por Joice, foi alvo de um processo de impeachment que a tirou do cargo em 2016 após ela perder apoio político no Congresso. Dilma e o PT contestam a legalidade do processo.
A deputada Joice Hasselmann participou hoje do UOL Debate para discutir os rumos do país na crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Também participaram do debate o empresário João Amoêdo (Novo), o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) e o senador Major Olimpio (PSL-SP). A mediação foi feita pela colunista do UOL Thaís Oyama.
Joice adotou um tom crítico em relação a Bolsonaro e à postura do presidente na crise do coronavírus.
A deputada disse enxergar "desinteligência" no governo e afirmou que o presidente não sabe lidar com auxiliares que se destacam ou que discordam dele.
"Quando começaram a fritar o [ministro da Saúde, Luiz Henrique] Mandetta? Quando ele começou a estar em todo o noticiário nacional. Esse é um problema. O outro é que ele [Bolsonaro] tem dificuldade de ouvir críticas. E eu fazia as críticas", disse a deputada.
"Isso incomoda muito o presidente e faz com que ele acabe se livrando de todo mundo que, de fato, ajuda. E ele fica do lado de um bando de baba-ovos que ficam dizendo 'tá certo presidente', e ele [Bolsonaro] fazendo coisa errada. O maior erro do governo é essa desinteligência", afirmou Joice.
A deputada diz não acreditar na possibilidade de renúncia por parte do presidente Bolsonaro e afirma que ela, hoje, não apoiaria um processo de impeachment. "A não ser realmente que acontecesse uma catástrofe como foi a Dilma", diz Joice.
"O presidente gostou muito do cargo para renunciar. Nós sabemos disso, nós que éramos da cozinha ali da Presidência. Eu ouvi várias vezes o presidente dizer: 'Eu vou ser reeleito usando Rider [tipo de chinelo] e tomando cerveja'. Ele gostou do cargo. E eu torço para que dê certo. Eu não torço nem para a renúncia, muito menos para o impeachment", afirmou a deputada.
"Eu torço para que ele [Bolsonaro] tome um produto que não está na prateleira da farmácia chamado 'juizol', que ele tome juízo e consiga comandar o Brasil. É para isso que eu torço e para isso que eu trabalho. Mas acho muito pouco provável", disse Joice.
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