Alcolumbre e Maia elogiam Mandetta após demissão: 'Verdadeiro guerreiro'
Os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), elogiaram o agora ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e lamentaram sua demissão. Em nota conjunta, os parlamentares disseram que a saída de Mandetta "será sentida por todos nós", e desejaram que o substituto Nelson Teich dê continuidade ao seu trabalho.
"O ministro Luiz Henrique Mandetta foi um verdadeiro guerreiro em prol da saúde pública nesse período em que esteve à frente do ministério. O trabalho responsável e dedicado do ministro foi irreparável. A sua saída, para o País como um todo, certamente não é positiva e será sentida por todos nós", escreveram.
Alcolumbre e Maia também disseram esperar que a demissão de Mandetta não tenha como objetivo "insistir numa postura que prejudica a necessidade do distanciamento social e estimula um falso conflito entre saúde e economia".
A Teich, os presidentes apenas desejaram sucesso "em sua enorme responsabilidade e imenso desafio".
Ao final, os parlamentares ainda pregaram aos três poderes a união e o bom senso, a fim de se somar os esforços contra o novo coronavírus, chamado de "o verdadeiro inimigo público da nação".
"O Parlamento brasileiro, mais uma vez, reafirma o seu absoluto compromisso de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para mitigar os efeitos devastadores dessa pandemia. O Congresso Nacional acompanha todos esses movimentos, com altivez, com o sentimento de urgência que a calamidade pede e com toda a responsabilidade que se espera dos poderes constituídos e dos agentes públicos", concluem.
'Deixa um legado', diz Maia
Mais cedo, durante sessão na Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia já havia prestado uma homenagem a Mandetta, dizendo que o agora ex-ministro "deixa um legado" no Ministério da Saúde.
"Deixa um legado, uma estrutura, para que o governo federal, estados e municípios tenham condições de atender da melhor forma possível, sobre a base do que foi construído pelo ministro Mandetta, a sociedade brasileira, principalmente os brasileiros que precisam do SUS [Sistema Único de Saúde]", disse o parlamentar.
Maia ainda agradeceu a Mandetta pelo trabalho à frente do Ministério da Saúde e disse ter certeza que fala "pela maioria da Casa".
Demissão de Mandetta
A demissão de Mandetta do Ministério da Saúde foi confirmada por ele —e, posteriormente, por Bolsonaro— nesta tarde, durante coletiva. Segundo o presidente, que se pronunciou logo depois de Mandetta, a decisão foi tomada em comum acordo.
"Foi realmente um divórcio consensual. [Mas] Acima de mim, como presidente, e dele, como ainda ministro, está a saúde do povo brasileiro", explicou Bolsonaro, reiterando que é preciso defender a vida, mas também o emprego.
Ele disse que era direito de Mandetta, enquanto médico, defender seu ponto de vista, mas "a questão do emprego" não foi como o presidente imaginava. "Não condeno, não recrimino e não critico o ministro Mandetta. Ao longo deste tempo, a separação se tornou uma realidade, mas não podíamos tomar decisões de forma que o trabalho feito até o momento fosse perdido", acrescentou.
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