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Major Olimpio sobre relação de Bolsonaro com Moro: 'Incômodo e ciumeiras'

Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça Sergio Moro na comemoração dos 154º aniversário da Batalha Naval de Riachuelo - Adriano Machado/Reuters
Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça Sergio Moro na comemoração dos 154º aniversário da Batalha Naval de Riachuelo Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

24/04/2020 19h56

Em entrevista ao programa Bastidores do Poder, da rádio Bandeirantes, o senador Major Olimpio (PSL) comentou o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro após o pedido de demissão de Sérgio Moro do ministério da Justiça. O parlamentar também alegou que Bolsonaro se sentia incomodado com a popularidade do ex-ministro.

"Eu fiquei bastante preocupado e confuso. O presidente foi bastante desconexo no pensamento, falou de desligar o aquecedor da piscina, Inmetro, porteiro, empréstimo, uma série de coisas. Eu esperava que as manifestações do presidente fossem mais pontuais. Temos uma crise política muito dura, além da pandemia, da crise na saúde pública, a questão da sobrevivência e emprego. O momento acaba sendo o pior possível", disse.

O líder do PSL no Senado ressaltou que Moro era um dos pilares de sustentação do governo, mas que a visibilidade do ministro desagradava Jair Bolsonaro.

"O presidente se sentia incomodado com a visibilidade e credibilidade de Sergio Moro para a população. O tempo todo tinham essas demonstrações, essas 'ciumeiras', mas isso tudo, o tempo todo e todo mundo tentava relevar, justamente pela importância que tinha para o país e para o projeto de enfrentamento da corrupção do governo Bolsonaro", comentou.

Apesar da crise no governo, Olimpio não acredita que seja um cenário para o impeachment do presidente.

"Ficou aquela briga de bêbado porque tem afirmação de um lado e de outro e, por enquanto, não tem prova material e possivelmente não terá, pois sempre foram conversas entre ministro e presidente. Isso desgasta demais o país, já tivemos um desgaste com a substituição do ministro da Saúde", opinou.

"O Mandetta estava com uma grande credibilidade pública e houve um desentendimento com o presidente. Aquele que teve a caneta mais forte foi o vencedor. Agora o Moro de forma mais contundente porque ele não saiu quietinho, chutou o pau da barraca deixando cair os panos e madeira para cima dele também. Nesse momento, o digladio político é bem grave", finalizou.