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E. Bolsonaro resgata falas de Moro negando interferência do governo na PF

Adriano Machado/Reuters
Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

25/04/2020 15h15

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), postou hoje dois vídeos do ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, afirmando que não houve qualquer interferência do governo na Polícia Federal (PF).

A primeira parte é uma entrevista que Moro deu para o Roda Viva, em janeiro deste ano, e a outra é um trecho de uma participação do ex-juiz na Globo News.

No programa da TV Cultura, exibido ao vivo no dia 20 de janeiro, Moro declarou que o "presidente sempre apoiou o que tinha que ser investigado". Segundo ele, "nunca houve nenhuma interferência indevida" e que "sempre se trabalhou para que os fatos fossem da melhor maneira elucidados".

Já no dia 11 de março, para a Globo News, o ex-juiz afirmou que cabe ao presidente escolher o diretor-geral e disse que "ninguém controla a PF". "A PF tem trabalhado com a autonomia que vem sendo garantida a ela. A única solicitação, que acho que cabe a orientação política do governo eleito, é solicitar: 'olha, gostaria que focasse nesta área'. O meu pedido quando assumi foi o foco no combate à corrupção e ao crime organizado".

Ontem, Moro deixou o cargo de ministro e fez várias acusações contra Bolsonaro. O ex-juiz declarou que o mandatário trocou o comando da PF para ter acesso a investigações e relatórios da entidade, o que é proibido pela legislação. Também declarou que Bolsonaro estava preocupado com inquéritos que correm atualmente no STF (Supremo Tribunal Federal).

Já Bolsonaro rebateu o ex-aliado em pronunciamento. Ele negou ainda que tenha intenção de fazer qualquer interferência política na PF ou que quisesse ter acesso a investigações sigilosas.

O presidente ainda declarou que a PF se preocupou mais em investigar a morte da vereadora Marielle Franco (Psol) do que a facada que ele sofreu na campanha eleitoral de 2018.

Por fim, Bolsonaro ainda afirmou que Moro pediu a ele uma indicação ao STF (Supremo Tribunal Federal) - contrariando o que o próprio ex-juiz falou em sua demissão.