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'Só vamos ter o antigo normal quando tiver a vacina', diz Mandetta

Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde - DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde Imagem: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

26/04/2020 22h59

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a vida das pessoas só voltará ao normal quando surgir a vacina contra a covid-19. De acordo com Mandetta, o coronavírus vai fazer com que surja "um novo normal".

"Vai ter um novo normal. Antes de ter vacina, acho pouco provável que as pessoas vão querer ambientes muito lotados. Só vamos ter o antigo normal quando tiver a vacina, que é a única maneira de enfrentar vírus, ou se tem um número de muitas pessoas que pegaram a doença, que têm imunidade à doença, ainda está sendo discutido isso, um contágio acima de 60%, 70%, para ter um efeito rebanho", disse Mandetta em live do Movimento Brasil Livre (MBL).

Para o ex-ministro, a população deve ser bem informada sobre os riscos do novo coronavírus. Segundo Mandetta, é preciso evitar a contaminação "de maneira descontrolada".

"Viver ou morrer faz parte da vida. O que não podemos é não deixar as pessoas lutarem pela vida. Temos que dar condições para quem sabe tratar de vida, que são médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, dar equipamentos e dar às pessoas informações claras do risco que elas correm e evitar que isso aconteça de maneira descontrolada em uma sociedade", afirmou Mandetta, que listou as diferenças de pensamento que tem com o presidente Jair Bolsonaro.

"A velocidade com a qual passamos por isso, aí vêm as diferenças minhas em relação ao presidente. Ou vamos passar em um ritmo acelerado e várias vítimas vão ficar pelo caminho e virar estatísticas ou vamos organizar o sistema, jogar os números para a sociedade e vamos passando mais devagar. Me pareceu que se passasse mais devagar, inclusive do ponto de vista da economia, nós retomaríamos a economia mais rápido do que se passássemos muito acelerados e perdêssemos muitas cabeças boas e ficássemos em um clima muito pra baixo, igual está a Itália", acrescentou.