Se Bolsonaro oferecer cargo para o PTB, o partido aceita, diz Jefferson
O ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, saiu em defesa de Jair Bolsonaro (sem partido), que, segundo ele, é um "homem correto, simples" e foi apanhado "de forma covarde" pelo Congresso. Jefferson, porém, garantiu que está agindo voluntariamente, e que se o partido for convidado para participar do governo, aceita.
"Se ele oferecer abertamente ao PTB a participação, com objetivos claros, com a porta aberta, com a imprensa filmando e gravando os compromissos, para o povo poder cobrar, eu não tenho problema que o PTB participe do governo dele. Eu, Roberto Jefferson, não quero participar", frisou ao colunista do UOL, Tales Faria.
"Não estou próximo a ele [Bolsonaro]. Mas fiquei muito indignado de vê-lo apanhar da forma covarde com que vem apanhando. Me senti compelido, obrigado a defender o presidente Bolsonaro, mesmo sem nenhuma proximidade", justificou o ex-deputado sobre o apoio ao mandatário.
Ele também afirmou que não encontra o presidente "há uns dois anos e meio". A última vez, de acordo com Jefferson, foi no aeroporto, na fila de embarque para Belém (Pará), onde ambos acompanhariam o Círio de Nazaré. "Bolsonaro é meu amigo pessoal, guardamos isso do passado. Mas eu ainda não fui procurado por ninguém do Planalto", disse.
Jefferson ainda acrescentou que o PTB, seu partido, tem apoiado o presidente na Câmara dos Deputados, e que Bolsonaro terá que sentar e conversar com os demais partidos para conquistar o mesmo apoio — sem, claro, fazer "toma lá, dá cá".
"Não pode ser aquela coisa antiga de coalizão, toma lá, dá cá. Que todo mundo possa sentar à mesa e executar uma política com a regência do presidente Bolsonaro. E tem que ser à luz do dia, não pode ser conversa 'de pé da escada'", defendeu.
Ao ser questionado se ele e o PTB poderiam vir a fazer do governo, Roberto Jefferson descartou a possibilidade individual, mas admitiu que a sigla está disposta a um eventual convite.
Desde que foi condenado e preso pelo Mensalão, Jefferson saiu dos holofotes. Ele delatou o esquema e teve o mandato cassado, em 2005. O retorno às manchetes se deu com a aproximação com o presidente e após fazer um vídeo para dizer que havia um golpe em curso contra Bolsonaro. O material foi retuitado por Bolsonaro, que já pertenceu ao partido de Jefferson, à época do Mensalão.
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