Celso de Mello manda PF ouvir Moro sobre acusação a Bolsonaro em até 5 dias
O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou hoje que a Polícia Federal tome o depoimento do ex-ministro Sergio Moro (Justiça) em até cinco dias para apurar as acusações feitas pelo ex-juiz da Lava Jato contra o presidente Jair Bolsonaro. O prazo anterior era de 60 dias.
A medida foi tomada atendendo a um pedido de três parlamentares. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) alegaram que o prazo anterior era "excessivo".
A decisão diz que a PF deve realizar diligência no prazo de cinco dias e que Moro seja intimado para apresentar "manifestação detalhada sobre os termos do pronunciamento, com a exibição de documentação idônea que eventualmente possua acerca dos eventos em questão".
Celso de Mello se referiu aos fatos narrados por Moro no pronunciamento feito à imprensa no dia em que anunciou sua saída do governo. O ex-ministro disse que deixava o Ministério da Justiça e Segurança Pública porque Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal com a exoneração do ex-diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo.
Essa diligência determinada pelo ministro relator no Supremo faz parte de um inquérito aberto a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, para investigar os possíveis crimes cometidos por Bolsonaro. Moro também aparece como investigado no caso.
Em entrevista à revista Veja que vai às bancas nesta semana, o ex-ministro disse que vai entregar provas ao STF sobre as acusações.
"Reitero tudo o que disse no meu pronunciamento. Esclarecimentos adicionais farei apenas quando for instado pela Justiça. As provas serão apresentadas no momento oportuno, quando a Justiça solicitar", disse Moro.
Questionado pela reportagem da revista sobre o conteúdo das mensagens com Bolsonaro, nas quais ele dizia que uma investigação da Polícia Federal contra deputados aliados era "mais um motivo" para a troca do comando da Polícia Federal, o ex-juiz não quis se estender sobre a intenção de Bolsonaro.
"Essa é uma questão que também vai ter de ser examinada dentro do inquérito que foi aberto no Supremo Tribunal Federal para investigar esse caso. Reitero a minha posição. Uma vez dito, é aquilo que foi dito. Não volto atrás. Seria incoerente com o meu histórico ceder a qualquer intimidação, seja virtual, seja verbal, seja por atitudes de pessoas ou de outras autoridades", disse Moro.
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