Sem provas, Bolsonaro diz que empenho para achatar curva foi 'inútil'
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar as medidas de isolamento social adotadas por grande parte dos governos estaduais e municipais do País. Sem apresentar números que comprovem seu raciocínio, Bolsonaro disse que a quarentena é "inútil" e ainda causou, como efeito colateral, o desemprego.
"Eu já disse, 70% da população vai ser infectada [pelo novo coronavírus]. Pelo que parece, todo empenho para achatar a curva [de crescimento dos casos] foi inútil", disse o presidente em transmissão ao vivo no Facebook.
O distanciamento social é defendido por autoridades sanitárias do mundo inteiro, incluindo a OMS (Organização Mundial da Saúde), e se provou eficaz em países como Itália e Espanha, que só agora começam a pensar em afrouxá-lo.
Pouco antes, o ministro da Saúde, Nelson Teich, havia afirmado que ainda existe a possibilidade de o Brasil chegar a mil mortes diárias pela covid-19.
Ao final, Bolsonaro ainda afirmou ter se preocupado com o desemprego "desde o primeiro momento", e agora ele "está aí, batendo forte". "O povo quer voltar a trabalhar. Olha só que ironia: amanhã é 1º de maio, Dia do Trabalhador, e estamos proibidos de trabalhar", disse.
Ele abriu a live falando de economia, lamentando o fechamento da fábrica dos biscoitos Globo, no Rio de Janeiro. Depois, passou cerca de 15 minutos enaltecendo o currículo de Alexandre Ramagem, defendendo sua nomeação à direção-geral da Polícia Federal.
O presidente não citou a amizade de Ramagem com os filhos, tendo dito apenas que "acha" que o delegado foi ao casamento de um de seus filhos.
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