Bolsonaro luta pela sobrevivência e abre caminho a militares, diz NYT
O presidente Jair Bolsonaro está lutando pela sua sobrevivência política após ser "golpeado por uma torrente de investigações sobre ele e sua família" e se tornou "dependente" de militares mais experientes, dando-lhes o maior poder desde a ditadura militar. É o que diz uma reportagem publicada hoje no jornal americano "The New York Times".
Além das investigações contra Bolsonaro envolvendo denúncias do seu ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, o jornal também cita "queda livre" da economia e "críticas ao manejo descuidado de uma das epidemias de coronavírus que mais crescem no mundo".
"Agora, com os pedidos de intensificação do impeachment, ele [Bolsonaro] está sendo escorado por um grupo cada vez menor de líderes que estão ganhando poder à medida que seus problemas se multiplicam", diz o texto.
E completa: "Bolsonaro tornou-se cada vez mais dependente de um quadro de militares mais antigos, confiando a eles o maior poder desde que a ditadura militar terminou na década de 1980".
A reportagem cita o episódio no qual o presidente respondeu "E daí?" para o questionamento sobre o número de mortos por coronavírus no país, que no dia passaram dos 5.000: "O Brasil está rapidamente se tornando um foco importante global e esta semana superou o número de mortes relatadas pela China. No entanto, o presidente continua resistindo aos pedidos de quarentenas mais rigorosas e demonstra pouca empatia pelos mais de 5.000 brasileiros que morreram, provocando críticas generalizadas de que ele tem sido imprudente e insensível".
A matéria destaca que Bolsonaro vinha enfrentando turbulências políticas desde que Sergio Moro pediu demissão do cargo. "O membro mais popular do gabinete", diz. E também cita os atritos com o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que levou à sua demissão do cargo.
O jornal questiona a preocupação dos militares com a sua reputação frente aos últimos atos do presidente. A cientista política Amy Erica Smith, entrevistada pelo jornal, diz que a crise política pode fazer com que os militares decidam que "liderança civil não é eficaz" e assumam o poder.
"Analistas políticos dizem que uma aquisição militar convencional é impensável no Brasil de hoje, dada a força do Congresso, dos tribunais, da sociedade civil e da imprensa. Smith disse, porém, que os generais podem transformar Bolsonaro em um líder em figura de proa ou apoiar tacitamente os esforços para impedi-lo, o que deixaria Mourão no controle", diz a publicação.
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