Braga Netto: Bolsonaro foi ao STF levar informações, não houve pressão
O ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, disse hoje que a ida do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao STF (Supremo Tribunal Federal) durante a manhã foi para compartilhar informações levadas por empresários. O grupo se reuniu com o presidente para pedir pela flexibilização do isolamento social em meio à pandemia de coronavírus.
A visita ao STF ocorreu fora da agenda oficial. Bolsonaro foi a pé até o local, acompanhado dos empresários e de ministros. Segundo Braga Netto, o setor industrial apresentou um quadro "altamente preocupante" ao presidente, que teria decidido compartilhar a informação com o poder Judiciário.
"Os senhores viram a quantidade de empresas que estão paradas, se não sabem se conseguirão sobreviver se não nos adequarmos ao retorno gradativo, conforme estipulado pelo Ministério da Saúde. Não sabemos o que sera do Brasil daqui a pouco", declarou o ministro durante entrevista coletiva para tratar de ações do governo federal no combate à covid-19.
Em abril, o Supremo definiu que Estados e municípios podem adotar medidas no enfrentamento ao coronavírus, como fixar regras de isolamento social e quarentena, sem aval do governo federal. Com isso, governadores e prefeitos determinam quais serviços são essenciais e que tipo de comércio continua atuante durante a pandemia.
A ida de Bolsonaro ao STF ocorreu "de última hora" e sem que o presidente da Corte, Dias Toffoli, fosse avisado com antecedência. Braga Netto afirmou que a caminhada a pé até o local não foi uma forma de intimidação, mas sim uma forma rápida de colocar os poderes em contato.
"Foi um ato de cortesia, mas para compartilhar informações com outro poder. Foi isso, não houve nada de pressão", afirmou o ministro.
Embates com STF e vídeos de reunião
A visita à Suprema Corte ocorre em meio a embates com o presidente da República. Uma das questões envolve um inquérito aberto após o ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) acusar Bolsonaro de tentar interferir em investigações da Polícia Federal.
Relator do caso, o ministro Celso de Mello determinou que o vídeo de uma das reuniões do presidente com seus ministros seja entregue à Justiça. Em depoimento à PF, Moro alega que, no encontro, teria sido ameaçado por Bolsonaro. Já a AGU (Advocacia-Geral da União) pediu hoje para encaminhar apenas um trecho do vídeo.
Braga Netto disse que não comentaria a respeito do vídeo, mas afirmou que as imagens contêm informações com questões de segurança nacional.
"A reunião não necessariamente é filmada. Ela não é como uma reunião na Camara dos Deputados. Ela filma trechos, partes ou às vezes não filma. O presidente fala, 'não filma'. Não vamos comentar. Ela pode ou não filmar e os assuntos tratados são de segurança nacional, com relação a economia que podem repercutir pesadamente", afirmou o ministro.
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