Doria: 'Bolsonaro comete tantos erros que uniu os 27 governadores do país'
O governador paulista João Doria (PSDB) comemorou a união dos 27 governadores brasileiros no enfrentamento à pandemia de coronavírus, durante debate promovido pela Universidade de Harvard e pelo Massachusetts Institute of Technology.
Ele chamou o alinhamento de "fato inédito na política brasileira" e acredita que isso aconteceu em decorrência dos erros do presidente Jair Bolsonaro.
"Isso se deve não só à boa consciência dessa geração de governadores, mas às atitudes erráticas do presidente. Ele comete tantos erros que contribuiu para unir todos os governadores do país", disse Doria. "Todos nós entendemos que a prioridade é garantir a vida. "Não é possível recuperar economia com mar de mortos, com cemitérios lotados".
Doria disse, ainda, que os governadores são responsáveis por não deixar que o número de infectados e mortos cresça ainda mais rapidamente.
"Temos praticamente 10 mil pessoas mortas nesse momento. E temos 10 mil porque governadores trabalharam de forma correta, caso contrário estaríamos chorando a morte de 30 mil, 40 mil", acredita.
Impeachment de Bolsonaro
Apesar de criticar a gestão federal durante toda a apresentação, o governador paulista não vê com bons olhos um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro — pelo menos não neste momento.
"A meu ver, o impeachment não deveria ser feito agora ou pelo menos nessa fase mais critica da pandemia. Seguramente, até agosto, setembro, [o Congresso] não terá apenas 31 propostas de impeachment, serão muito mais do que isso", disse.
Elogios a Teich
João Doria elogiou o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, mas estendeu os elogios ao atual chefe da pasta, Nelson Teich, que ocupa o cargo há menos de um mês.
"O ex-ministro Mandetta teve um esforço em colaborar e integrar com a secretaria dos estados. O Teich também, mandando uma mensagem oposta ao que diz o presidente Jair Bolsonaro", comentou, lembrando que o ministro defendeu, durante viagens a Manaus, a importância do isolamento social.
Doria continuou: "[Teich é um ministro que preserva sua condição de homem da Saúde e ainda não se contaminou pela política do governo. Haverá o momento para a recuperação econômica, mas agora é hora de salvar vidas"
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