Delegado que chefiou PF no caso Adélio é dispensado de depoimento
Um delegado que chefiou a Polícia Federal em Minas Gerais durante a investigação do caso Adélio Bispo, condenado por esfaquear o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), foi dispensado hoje de depor. O ex-superintendente da PF no estado Rodrigo Teixeira não vai mais participar de oitiva na quinta-feira (14), por meio de videoconferência, como era esperado.
A PF deve concluir nos próximos dias o relatório parcial do segundo inquérito aberto para esclarecer o caso, que foi citado por Bolsonaro como um dos motivos de suas críticas à PF e a Sergio Moro. O ex-ministro da Justiça deixou o governo acusando o presidente de interferir nos trabalhos da corporação.
A facada no presidente aconteceu em setembro de 2018. Rodrigo Teixeira chefiou a PF até janeiro de 2019. Para investigar o caso, a Superintendência no estado designou Rodrigo Morais.
Morais finalizou o primeiro inquérito sobre a facada, que resultou na condenação de Adélio Bispo — a Justica concluiu que ele tem problemas mentais. O esfaqueador foi declarado inimputável e absolvido pela Justiça. Ele cumpre medida de segurança na penitenciária federal de Campo Grande (MS). A defesa de Bolsonaro não recorreu da absolvição.
O delegado investiga ainda um segundo inquérito para saber quem contratou os advogados que atenderam Adélio, no qual a polícia tentou obter os dados do telefones celulares dos defensores. A Justiça suspendeu a quebra de sigilo porque isso violaria a relação entre cliente e advogado.
Presidente quer que PF ache suposto mandante de crime
Quando Moro deixou o governo, Bolsonaro voltou a reclamar do fato de a PF não descobrir quem seria o suposto mandante do crime. Todavia, todas as apurações não encontraram provas da existência de mandante até hoje. A própria defesa do presidente nunca reclamou disso na Justiça.
Rodrigo Teixeira, ex-superintendente da PF em Minas Gerais, deixou o cargo de chefe regional em janeiro de 2019, logo nos primeiros dias do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Ele foi substituído por Cairo Duarte.
Adélio segue detido
Até março, Adélio estava no presídio federal em Campo Grande (MS). Naquele mês, a Justiça Federal ordenou que ele fosse transferido para um "espaço destinado ao tratamento adequado à patologia [doença] reconhecida em sentença". A Justiça de Minas pediu à Justiça Federal de Mato Grosso que o local seja um hospital psiquiátrico em Barbacena (MG), segundo o portal G1.
Adélio foi considerado inimputável pela Justiça, ou seja, incapaz de responder pelos atos que praticou. Por isso, ele não foi condenado pelo crime e sua prisão preventiva foi convertida em internação psiquiátrica por tempo indeterminado.
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