Dilma critica governo Bolsonaro na pandemia: 'Neoliberal e neofascista'
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) criticou hoje o governo "neoliberal" e "neofascista" do Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. Em encontro virtual do Grupo de Puebla, fórum que reúne políticos da ala progressista da esquerda latina, Dilma fez uma avaliação negativa a respeito da participação do mercado na política nacional.
"No Brasil, a crise da covid-19 é, ao mesmo tempo, uma crise de saúde, uma crise política e uma crise econômica. O quadro pré-existente do Brasil, de desenvolvimento econômico com políticas neoliberais, que destruíram a saúde, erodiram a renda dos mais pobres, combinados com a eleição de um governo neofacista, ficou mais grave a partir da covid-19", analisou. "Estamos vivendo a crise no Brasil com um pacote neoliberal e neofascista ainda em atividade, ainda que tenhamos algumas quebras."
Dilma citou a falta de leitos de UTI, o aumento da fome e o desemprego como problemas do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"A tudo isso, o presidente Bolsonaro diz que é só um pequeno resfriado e que alguns têm sempre que morrer e que a crise não existiria se não exagerássemos no combate ao vírus com o isolamento social", declarou.
A ex-presidente ainda previu uma crise mundial de "no mínimo dois anos", frente as novas ondas de contágios em outros países. No Brasil, para alcançar mais sucessos no combate, Dima pediu que mais testes fossem realizados para combater a subnotificação do coronavírus.
"O grave aqui no Brasil é que somos um dos países com menos testes no mundo, por isso temos um massivo subregistro. Portanto, todas as medidas tomadas pelo governo são tomadas na perspetciva de uma ignorância completa sobre a situacção do país. Mesmo as estatísticas sobre desemprego não são mais feitas. Entao, vivemos um crescimento exponencial da covid-19", disse.
"Possivelmente, seremos um dos países com mais altas taxas de contaminação e mortes. Junto com tudo isso, há segmentos fortes do mercado. As 15 maiores associações empresariais do Brasil foram juntamente com o Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal pedir flexibilização. O estado deveria intervir garantindo que as pessoas deveriam poder permanecer em suas casas."
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