O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) completou 500 dias e uma tônica é a criação e o fomento de crises por parte do próprio presidente ou seu ministério, com casos do presidente com seus ministros, crises com o Congresso e com o Judiciário, uma marca que se acentua no momento em que o mundo vive uma pandemia e o Brasil tem trocas de ministros e questões políticas deixando o novo coronavírus em segundo plano.
No podcast Baixo Clero #37, o jornalista Diogo Schelp afirma que a característica de fomentar crises, como faz Bolsonaro é típica de populistas, que têm uma necessidade delas para que façam valer a sua narrativa.
"Ele sempre vai fomentar crises, porque essa é uma necessidade de líderes populistas como ele, sejam líderes populistas de esquerda ou de direita. As crises dão um contexto perfeito para a narrativa populista de luta entre o povo e a elite, ou as elites, ou o sistema", diz Schelp (disponível no arquivo acima a partir de 32:15).
"Lembrando que esse povo de que a gente fala, não é o povo da Constituição. O povo da Constituição do Brasil é um povo plural, é um povo que pressupõe que é formado por indivíduos que são diferentes entre si. O povo dos populistas e o povo de que fala Bolsonaro, é um povo monolítico, é um povo com pensamento único, então só para lembrar que quando ele fala em povo, ele está falando do povo dele, não está falando do povo da Constituição, que é o povo que as Forças Armadas deveriam defender", completa o jornalista.
Na mesma linha da opinião de Schelp, Maria Carolina Trevisan afirma que o presidente deverá insistir em crises até o final de seu mandato.
"Ele só sabe operar assim, é crise atrás de crise. Parece que esses 500 dias são três anos. Acho que é o modo de ele operar mesmo", diz Trevisan.
Baixo Clero está disponível no Spotify, na Apple Podcasts, no Google Podcasts, no Castbox, no Deezer e em outros distribuidores. Você também pode ouvir o programa no YouTube. Outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts.
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