Parlamentares pedem à Saúde informações médicas do Protocolo da Cloroquina
O gabinete do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) em conjunto com os gabinetes dos deputados federais Tábata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES), emitiu hoje um ofício cobrando mais informações médica do Protocolo da Cloroquina.
O documento foi entregue para o ministro Eduardo Pazuello, e pede que a pasta indique de forma clara os responsáveis técnicos pelas orientações divulgadas pelo Ministério da Saúde para o uso de cloroquina e hidroxicloroquina como forma de tratamento para pacientes com covid-19, "sobretudo quando se está diante de documento oficial da Administração Pública que indica remédios sem eficácia comprovada".
Pesquisadores da Academia Nacional de Medicina, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), da USP (Universidade de São Paulo) e de outras três entidades se posicionaram contra o protocolo do governo federal para o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes de covid-19. Além de a eficácia do medicamento não ter sido comprovada, alertam os especialistas, ele também pode causar efeitos colaterais graves.
"Não há evidências científicas favoráveis que sustentem o uso de CQ/HCQ [cloroquina/hidroxicloroquina] em qualquer dose ou estágio da covid-19, quer no nível individual, quer no de políticas públicas. Por outro lado, há estudos que demonstram que o uso de CQ/HCQ [...] pode estar associado à maior frequência de eventos adversos graves e com maior letalidade", escrevem.
Os pesquisadores ainda orientam que o uso da hidroxicloroquina deve ser restrito a protocolos de pesquisa aprovados por comitês de ética e ter o consentimento formal do paciente ou de seu responsável legal. Como o tratamento não tem eficácia comprovada, o médico que o prescreveu pode responder legal ou eticamente caso os efeitos adversos se manifestem.
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