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'Estão tocando fogo no rabo dos brasileiros', diz Bolsonaro sobre exterior

22.mai.2020 - Aos gritos e palavrões, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) concede entrevista em frente ao Palácio da Alvorada - Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
22.mai.2020 - Aos gritos e palavrões, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) concede entrevista em frente ao Palácio da Alvorada Imagem: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

22/05/2020 20h29Atualizada em 22/05/2020 21h58

Aos gritos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a fazer críticas à divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. Emendando um xingamento ao outro, ele afirmou que países estão "tocando fogo no rabo dos brasileiros", se disse um "f*dido financeiramente" e repetiu inúmeras vezes que o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, não tem nada contra ele.

"[Os países estrangeiros] Estão tocando fogo no rabo dos brasileiros. O pessoal não entende o que a política de fora quer, o que querem para o Brasil", bradou o presidente em entrevista a jornalistas, concedida em frente ao Palácio da Alvorada.

Ele também fez ataques ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Celso de Mello, por um pedido de apreensão de seu celular e do celular de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro. Apesar da indignação de Bolsonaro, o pedido não foi feito pelo ministro, e sim por PDT, PSB e PV, e Mello apenas o enviou à PGR (Procuradoria-Geral da República) —um trâmite burocrático.

Ainda aos gritos, o presidente disse que o celular não é um objeto pessoal, e sim institucional, e contém ligações com chefes de Estado e outras autoridades importantes. "Não estou acreditando nesse pedido. O senhor Augusto Aras [PGR], que tem sua autonomia, vai decidir. Me desculpe, senhor Celso de Mello: retire seu pedido, porque meu telefone não será entregue. Ninguém vai pegar meu telefone", continuou.

Acusações de Moro são uma 'farsa'

Quanto ao vídeo da reunião ministerial, motivo pelo qual Bolsonaro decidiu falar à imprensa, ele disse que foi um "tiro n'água" para Moro porque, segundo o presidente, não prova que ele tenha tentado interferir na Polícia Federal. Mais cedo, em entrevista à Rádio Jovem Pan, Bolsonaro já havia falado a mesma coisa.

"Meus senhores", disse aos jornalistas, "mais uma farsa caiu. Não existe um segundo do vídeo em que alguém possa suspeitar que interferi na PF. Lamento pelo senhor Sergio Moro. Espero que o senhor esteja feliz, tenha paz. Agora, o senhor é um juiz renomado. Fazer uma acusação como essa é o fim da picada", criticou.

O presidente ainda disse que o conteúdo do vídeo é espontâneo e que não está preocupado se sua divulgação o levará à reeleição. "Não estou preocupado, nunca estive. Dou um conselho: quer o caminho do fracasso? Diga sim a todo mundo e pense em reeleição. Na Venezuela, Hugo Chávez tinha o 'Super Bolsa Família'; quem é rico foi para Miami, os miseráveis estão vindo a pé para o Brasil", emendou, sem explicar a conexão entre os temas.