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Bolsonaro se diz perseguido: "Se me chamam de fascista, não acontece nada"

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

04/06/2020 09h47Atualizada em 04/06/2020 14h32

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reclamou hoje, em conversa com apoiadores na entrada do Palácio do Alvorada, do que considera uma diferença na abordagem da Justiça em relação a processos que envolvem seu nome.

Ao ouvir a sugestão de um apoiador para seguir o conselho de Olavo de Carvalho e processar quem o chamasse de genocida", Bolsonaro alegou que não tem sucesso em ações judiciais deste tipo.

"Se o cara me chama de fascista, por exemplo, não acontece nada. Se eu chamo de fascista, é 20 mil [reais] no lombo. Se é liberdade de expressão, tem que ser para todos", disse, em conversa transmitida por seu perfil no Facebook.

No breve encontro, de cerca de 5 minutos, apoiadores e o presidente não fizeram menção à pandemia do novo coronavírus, que ontem atingiu o maior número de registros de mortes em 24 horas no Brasil: 1349.

A conversa girou principalmente em torno de tiro esportivo, já que estavam na frente do Alvorada integrantes dos chamados CACs, que é a sigla para Caçador, Atirador e Colecionador.

O presidente chegou a brincar quando um apoiador disse que a presença de mulheres tem aumentado nos clubes de tiro. "Elas já são bravas sem arma? Melhor tiro que peixeira", disse o presidente.

Bolsonaro tem sido alvo de uma onda de manifestações cujos organizadores se autodenominam "antifascistas", principalmente após o apoio de aliados do governo ao fechamento do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal) e a uma interferência das Forças Armadas como "poder moderador" entre Executivo, Legislativo e Judiciário.

A mobilização ganhou ainda mais força no país inspirada nos atos de repúdio ao caso do americano George Floyd, cidadão negro que foi morto por um policial branco durante abordagem agressiva.

O presidente brasileiro nega qualquer postura autoritária.