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Ministério dos Direitos Humanos anula 295 anistias a ex-cabos da FAB

Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília - GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO
Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília Imagem: GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em São Paulo

08/06/2020 16h18

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, assinou 295 portarias para anular anistias políticas a ex-cabos da FAB (Força Aérea Brasileira). As decisões foram publicadas no Diário Oficial da União de hoje e não prevê devolução de verbas indenizatórias que já tinham receberam. A pasta considerou que não há comprovação de perseguição política a essas 295 pessoas durante a ditadura militar.

A decisão do ministério se baseou em um entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal), do ano passado, que permitiu a revisão de 2,5 mil anistias concedidas com base na Portaria nº. 1104/64, que limitava a oito anos o tempo de serviço militar, prazo após o qual eles deveriam ser automaticamente desligados.

A pasta informou que os 295 relacionados foram procurados durante as análises internas para apresentarem defesas contra a anulação. Com a publicação de hoje, administrativamente, não é possível recorrer, mas cabe o recurso na Justiça.

"Sempre conduzimos os trabalhos neste âmbito de forma muito transparente, e com muito respeito aos anistiados. Repudiamos o que foi feito no passado. Advogados ficaram ricos. Uma militância absurda. Mas, agora, queremos conduzir tudo, de fato, à luz dos direitos humanos. E respeitando a dignidade do anistiado, especialmente daqueles que já estão idosos", afirmou, em nota, a ministra Damares Alves.

A pasta informa que "rever essas anistias, que custam R$ 31,5 milhões por mês para Aeronáutica, é uma das frentes de trabalho do ministério".

"A Comissão de Anistia está encarregada de proteger o erário público e evitar sua dilapidação por meio de requerimentos que não contenham os requisitos legais. O governo do presidente Jair Bolsonaro está resgatando a moralidade que o Brasil merece, com segurança jurídica e muita responsabilidade. Anistiar não é endinheirar, mas perdoar e seguir em frente. Primoroso o trabalho da ministra Damares e toda a nossa equipe", informou, em nota, o presidente da Comissão de Anistia, João Henrique Nascimento de Freitas.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.