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SP: PM vê 'festa da democracia' em protestos e diz que só conteve vândalos

Manifestantes mostram faixas em protesto no Largo da Batata - DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
Manifestantes mostram faixas em protesto no Largo da Batata Imagem: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

08/06/2020 14h15Atualizada em 08/06/2020 17h01

Um dia após a capital paulista abrigar protestos contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a Polícia Militar preferiu valorizar o lado positivo das manifestações, que em grande parte ocorreram sem incidentes. O secretário-executivo da PM de São Paulo, coronel Álvaro Camilo, falou em "festa da democracia" e justificou a ação da corporação durante a dispersão da manifestação no Largo da Batata.

"Foi o dia inteiro muito bom, pacífico, a polícia garantiu que se manifestassem. Infelizmente no finalzinho alguns vândalos quiseram estragar essa festa da democracia", afirmou Camilo em entrevista à CNN Brasil. "Tivemos perto de 100 manifestantes na Paulista e 3.000 no Largo da Batata", relatou.

A manifestação na Avenida Paulista se aproveitou de uma decisão da Justiça para manter os atos a favor de Bolsonaro onde eles já vinham acontecendo em domingos anteriores. Enquanto isso, protestos contra o presidente e que se juntaram a pautas sociais e de cunho antirracista foram transferidos para o Largo da Batata, no bairro de Pinheiros, Zona Oeste da cidade.

"Aqui em São Paulo tivemos manifestações pacíficas o dia inteiro. A polícia cumpriu seu papel. Até que no finalzinho infelizmente um grupo de vândalos decidiu caminhar pela cidade praticando atos de vandalismo. Isso na minha visão não representa os manifestantes", comentou Camilo.

Segundo a reportagem do UOL presente no local, a PM usou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha na dispersão do ato realizado no Largo da Batata. O ouvidor das polícias, Elizeu Soares Lopes, que estava próximo em um momento em que houve conflito entre policiais e manifestantes, disse que a polícia reagiu porque foi agredida.

Camilo atribuiu a atuação da PM a atos de vandalismo. "Manifestantes do bem foram embora para a casa e ficaram os vândalos. Que destruíram o patrimônio privado", contou o coronel.

"Ficou acertado que eles caminhariam num pequeno espaço até a estação Fradique Coutinho (do metrô) e ali terminaria o ato. A maioria fez isso. Agora um grupo menor ficou insistindo em subir para a região da Paulista, queria acessar o centro da cidade e outros locais. A polícia percebeu a animosidade desses grupos, a todo tempo provocando policiais, infelizmente quebrando vidraças, quebraram uma agência do Itaú, é nesse momento que a polícia usa a força", relatou Camilo.

"A polícia só vai agir se tiver quebra da ordem. Podem acompanhar as imagens. A ordem, a resiliência policial permeou todas as ações da polícia o dia todo. No momento que a polícia começa a usar progressivamente a força é quando há a quebra da ordem. A polícia não agiu, ela simplesmente conteve", concluiu.

Ao todo, 17 pessoas foram detidas durante a manifestação, alguns portando coquetéis molotov, madeiras e socos ingleses.