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Dino critica Bolsonaro e diz que presidente se dedica a "prática de crimes"

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) - Kleyton Amorim/UOL
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) Imagem: Kleyton Amorim/UOL

Do UOL, em São Paulo

12/06/2020 20h01

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou hoje o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelas atitudes durante a pandemia do coronavírus no Brasil. Em entrevista à CNN Brasil, Dino disse que Bolsonaro age para "sabotar" o combate à covid-19 e se dedica a "prática de crimes" em suas falas.

"Precisamos que o presidente abandone a posição agressiva, porque não se trata de se omitir diante do coronavírus. É algo mais grave. Além de se omitir, ele se ocupa de sabotar. Agora, tivemos esse ato mais recente em que ele estimula invasões a hospitais, desrespeito aos doentes, profissionais de saúde e aos próprios invasores, que estão se expondo a ficarem doentes. É estranho que ele se dedique o tempo todo a prática de crimes como esse e crie um clima muito difícil para o trabalho", disse o governador.

Dino se referiu a uma declaração de Bolsonaro na live semanal de quinta-feira em que o presidente estimulou a invasão de hospitais para checar a ocupação de leitos de UTI destinos aos pacientes com a covid-19.

Os governadores do Nordeste já tinham publicado uma carta aberta hoje ao presidente reclamando da fala e das operações da Polícia Federal para apurar a compra de equipamentos para o combate à pandemia.

Na entrevista à CNN Brasil, Dino afirmou que Bolsonaro tem postura de negação com o coronavírus. "O problema é que o presidente acha que o coronavírus é uma invenção, números ampliados, posições esotéricas. E como não concordamos com isso, me refiro ao conjunto de governadores de vários partidos, ele não se conforma e tenta impor sua verdade. Agora, essa forma de procurar invadir. Se não temos hoje centenas de milhares de mortos, é pela coragem e eficiência dos estados", disse.

Sobre as investigações da Polícia Federal, o governador afirmou que é preciso "separar o joio do trigo", e que os líderes nordestinos não aceitam agressividade.

"Claro que há situações deploráveis e criminosas, que devem ser apuradas e investigadas, mas me refiro ao estado do pará, em que o próprio estado promoveu o ressarcimento antes da operação policial. Precisamos caminhar no meio-termo. Não é proteger um ilícito, mas não transformar isso em luta política. Quando deputada anuncia operações, quando presidente dirige operações, na live, o Bolsonaro disse que envia vídeos informalmente para a PF e Abin, isso é totalmente ilegal, é um escândalo jurídico", completou.