Após pedido de Toffoli, PGR abre investigação sobre ataques ao Supremo
A Procuradoria-Geral da República instaurou uma notícia de fato, que significa uma apuração preliminar, em relação ao ataque de ontem com fogos de artifício à sede do STF (Supremo Tribunal Federal) e a Renan Silva Sena, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que teria participado do ato. A PGR atendeu a um pedido do ministro Dias Toffoli, presidente do STF.
As informações da apuração devem retornar ao vice-Procurador-Geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, para avaliação e eventual apuração no âmbito do inquérito já aberto pela PGR para apurar os atos antidemocráticos.
Mais cedo, Toffoli enviou ofício à PGR solicitando providências quanto ao episódio e quanto a Sena para a "a responsabilização penal daquele(s) que deu/deram causa direta ou indiretamente, inclusive por meio de financiamento, dos ataques e ameaças dirigidas ao Supremo Tribunal Federal e ao Estado Democrático de Direito, na noite e ontem (13/06/2020), inclusive com a utilização de artefatos explosivos (fogos de artifício)".
Na noite de ontem, um grupo não identificado lançou fogos de artifício contra o prédio do STF após o governo do Distrito Federal desmontar um acampamento de apoiadores de Bolsonaro.
Toffoli ainda pediu que Sena seja responsável "por ataques e ameaças à Instituição deste Supremo Tribunal Federal e ao Estado Democrático de Direito, inclusive por postagens em redes sociais".
Hoje, de acordo com a Globonews, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu Sena por supostamente ter participado do ato. Em vídeo divulgado, é possível ouvir a voz de um homem — que seria Sena — criticando o "Supremo dos infernos", entre outras ofensas.
A portaria que instaura a notícia de fato é assinada pelo procurador João Paulo Lordelo, que assessora o Procurador-Geral da República, Augusto Aras. Lordelo afirmou que, em 5 de maio, já havia encaminhado ao Ministério Público no Distrito Federal um memorando que indicava Sena como possível autor de crimes por ter agredido verbalmente profissionais de saúde.
O ativista é ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em maio, ele xingou e cuspiu em enfermeiras durante uma manifestação na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
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