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Senador reitera pedido de prisão de Weintraub ao STF após saída do país

Jair Bolsonaro e Abraham Weintraub, quando foi anunciada a saída do ministro - Reprodução de vídeo
Jair Bolsonaro e Abraham Weintraub, quando foi anunciada a saída do ministro Imagem: Reprodução de vídeo

Flávio Costa

Do UOL, em São Paulo

20/06/2020 14h58Atualizada em 20/06/2020 15h27

O líder da minoria no Senado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), reiterou hoje o pedido de prisão temporária do agora ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, ao STF (Supremo Tribunal Federal).

A petição foi protocolada no âmbito do inquérito que investiga se Weintraub cometeu o crime de racismo contra chineses, cujo relator é o ministro Celso de Mello.

Weintraub deixou ontem o Brasil em direção aos Estados Unidos, onde deve assumir um cargo no Banco Mundial. Sua exoneração do cargo de ministro só foi publicada hoje após a confirmação de que ele se encontrava no exterior.

Uma postagem feita hoje pelo ex-ministro para comemorar a marca de 900 mil seguidores no Twitter traz a localização de Miami, na Flórida.

Ao UOL, o MEC informou que Weintraub chegou hoje à cidade norte-americana em um voo comercial e viajou em classe econômica. A assessoria da pasta informou ainda que não pagou a passagem e disse não saber se ele ainda se encontra em Miami.

Ainda não está claro como ele chegou aos Estados Unidos já que o país anunciou em maio a proibição da entrada de estrangeiros vindos do Brasil em seu território. A decisão foi tomada após o Brasil se tornar o segundo país com maior número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

A decisão norte-americana, porém, exclui funcionários de governo. Em tese, como ele ainda não havia sido sido exonerado, Weintraub poderia entrar entrar no país com um passaporte diplomático. Questionado sobre isso, o MEC não respondeu.

Abraham foge da lei, diz Randolfe

"Cabe aqui apenas explicitar que a saída do Brasil neste contexto demonstra claramente sua intenção de se furtar da aplicação da lei penal", afirma o senador em sua petição.

Há cinco dias, o senador já havia feito o pedido de prisão de Weintraub no âmbito do inquérito sobre a disseminação de informações falsas e ameaças a membros da corte, sendo direcionada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. O magistrado ainda não analisou o pedido.

"Repetimos, o senhor Abraham Weintraub, ainda no cargo, mas já tendo anunciado sua demissão, deixa o país sem comunicação prévia, sem viagem oficial, com o recado confesso de que o deixem em paz, ou sofram as consequências de provocá-lo. O STF não pode aceitar mais esse ataque, mais essa redução de seu status relevante para a Democracia", afirmou Randolfe.