Topo

Esse conteúdo é antigo

Com foco em Brasília, São Paulo tem atos esvaziados pró e contra Bolsonaro

Manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro na tarde deste domingo (21), na Avenida Paulista - Danilo M Yoshioka/Futura Press/Estadão Conteúdo
Manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro na tarde deste domingo (21), na Avenida Paulista Imagem: Danilo M Yoshioka/Futura Press/Estadão Conteúdo

Flávio Costa e Juliana Arreguy

Do UOL, em São Paulo*

21/06/2020 17h10

Os atos pró e contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), em São Paulo, apresentaram menor adesão na tarde de hoje em relação a outras manifestações de domingo. Enquanto um grupo de apoiadores se concentrou na Avenida Paulista, os críticos a Bolsonaro realizaram o protesto na Praça Roosevelt, na região central do município.

Cerca de 200 manifestantes estiveram na manifestação favorável ao presidente e contrária ao governador paulista, João Doria (PSDB), na avenida Paulista.

Vestidos preferencialmente de verde e amarelo, os manifestantes proferiram palavras de ordem a favor do impeachment do tucano — que se tornou um dos principais adversários políticos de Bolsonaro — desde que passou a defender medidas de isolamento social para conter a propagação do novo coronavírus.

Durante o ato, que teve forte presença da Polícia Militar (a reportagem contou a presença de ao menos 40 PMs), os manifestantes criticaram a imprensa, o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal). Do alto do trio elétrico, ao menos um organizador discursou favoravelmente à intervenção militar.

"Eles estão querendo derrubar um presidente da República democraticamente eleito. Não podemos deixar", afirmou Carlos Bernardes, 53 anos, empresário do ramo imobiliário.

Bernardes afirma ter participação frequente em protestos como o deste domingo.

Alguns manifestantes entoaram cânticos contra comunistas, sem especificar quem consideram como tal.

roosevelt - Paulo Lopes/BW Press/Estadão Conteúdo - Paulo Lopes/BW Press/Estadão Conteúdo
Manifestantes realizam novo ato em defesa da democracia na praça Roosevelt, em São Paulo
Imagem: Paulo Lopes/BW Press/Estadão Conteúdo

Já na Praça Roosevelt, membros do PCO (Partido da Causa Operária) realizaram um protesto contra Bolsonaro. O ato foi esvaziado, com menos de 100 pessoas participando.

"Foi mais um protesto para marcar posição, para não perder a mobilização. Domingo que vem estaremos em peso na Paulista com outros movimentos", afirmou o presidente do partido em São Paulo, Antônio Carlos Silva

Líderes de atos anteriores, como Danilo Pássaro, do "Somos Democracia", não participaram — ele mesmo esteve esta manhã em um protesto em Brasília.

Revezamento da Paulista

No quarto final de semana seguido de manifestações contra e favor do presidente, os movimentos respeitaram o acordo fechado com o Ministério Público para um revezamento do uso da avenida Paulista.

O acordo foi costurado após um princípio de confronto ocorrido na via, um dos cartões postais de São Paulo. Com integrantes dos dois grupos antagônicos, a Polícia Militar utilizou a força para dispersar manifestantes contrários a Bolsonaro; a alegação foi de que havia o risco de uma briga entre os movimentos.

Sem Bolsonaro, Brasília tem atos rivais com intervenção policial

Mais cedo, um protesto convocado por torcidas organizadas de clubes de futebol que são contrárias ao governo — e que participavam dos atos na Paulista — ocorreu em Brasília. O ato foi liderado por torcedores de Vasco e Corinthians, unidos a outras torcidas e movimentos sociais.

Ao final, o grupo chamado "Somos Democracia", formado principalmente por corintianos, dirigiu-se ao presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) por meio de uma carta. Eles esperavam entregá-la em mãos a Maia, mas diante da recusa do parlamentar, ela acabou sendo lida em voz alta por Danilo Pássaro, um dos líderes do movimento.

Paralelamente, no mesmo local, próximo ao Congresso Nacional, ocorria um ato favorável a Bolsonaro. Entretanto, nenhum representante do governo esteve presente — Bolsonaro viajou ao Rio de Janeiro para o velório de um soldado do Exército que morreu durante um treinamento paraquedista. Os grupos antagônicos foram separados pela cavalaria da PM.

*Com reportagens de Hanrrikson de Andrade e Adriano Wilkson, do UOL em Brasília