PGR aponta uso de verba pública em apoio a atos antidemocráticos
Deputados bolsonaristas teriam divulgado usado dinheiro público para divulgar manifestações antidemocráticas, segundo consta do inquérito da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre a origem dos atos. O caso está sendo investigado em um inquérito que corre no STF (Supremo Tribunal Federal).
As informações foram publicadas inicialmente pelo jornal "O Globo", que teve acesso ao documento antes da derrubada do sigilo da decisão, anunciada hoje pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF.
O inquérito, que, fora a decisão de Moraes, segue sob sigilo, foi aberto no mês passado. No documento, a PGR aponta que quatro parlamentares divulgaram virtualmente os atos usando verba da cota parlamentar. São eles: Bia Kicis (DF), Guiga Peixoto (SP), Aline Sleutjes (PR) e General Girão (RN).
Cada parlamentar tem direito a uma cota mensal independente dos salários, incluindo o dos funcionários do gabinete, que varia entre R$ 30.788,66, no Distrito Federal, e R$ 45.612,53, em Roraima. O valor é destinado a despesas do mandato, como passagens aéreas, conta de celular e divulgação de ações.
Eles teriam repassado um total de R$ 30,3 mil para a Inclutech Tecnlogia, empresa do marqueteiro Sérgio Lima, responsável pela marca do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tentar criar. Lima foi um dos alvos da operação da Polícia Federal na semana passada no âmbito da investigação sobre fake news e ataques contra ministros do STF, inquérito instaurado há mais de um ano.
Em resposta ao jornal, todos os deputados negaram envolvimento com as manifestações antidemocráticas.
Outros seis deputados do PSL tiveram o sigilo quebrado a pedido do ministro Alexandre de Moraes, relator dos dois casos no STF: Daniel Silveira (RJ), Carolina de Toni (SC), Alê Silva (MG), Carla Zambelli (SP), Cabo Junio Amaral (MG), Otoni de Paula (RJ), além do senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ).
A PGR ainda apura a relação de empresários, ativistas e assessores parlamentares na realização e financiamento destas manifestações e também como sites bolsonaristas podem estar se beneficiando financeiramente com esses atos. Segundo o órgão, dois deles, a Folha Política e o Foco Brasil, podem ter ganhado mais de R$ 150 mil exibindo os protestos.
A atuação de empresários, ativistas e assessores parlamentares na colaboração de eventos ilegais também é investigada no inquérito dos atos antidemocráticos. No dia 15 de junho, na semana passada, a PF prendeu Sara Winter, ativista e uma das líderes do grupo "300 do Brasil", conhecido pelas manifestações antidemocráticas contra o STF e o Congresso Nacional.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.