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Violência a imprensa: entidades pedem R$ 300 mil em ação contra Bolsonaro

Jair Bolsonaro chamou a Folha de "canalha" e mandou um repórter do Estado de S.Paulo calar a boca                     -                                 EVARISTO SA/AFP
Jair Bolsonaro chamou a Folha de "canalha" e mandou um repórter do Estado de S.Paulo calar a boca Imagem: EVARISTO SA/AFP

Do UOL, em São Paulo

30/06/2020 16h26

Entidades de jornalismo e direitos humanos entraram com uma ação civil pública contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pessoas ligadas a ele, devido a agressões sofridas por profissionais da imprensa nos últimos meses, em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília.

Na ação, organizações como Instituto Vladimir Herzog, Artigo 19, Repórteres Sem Fronteiras, Intervozes, Sindicato dos Jornalistas no DF e Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) reclamam dos "recorrentes ataques aos profissionais durante a cobertura jornalística" e pedem indenização no valor de R$ 300 mil, além da adoção de procedimentos de segurança.

Ainda no documento, as entidades citam vários episódios de ataques contra os profissionais, como o caso de Thaís Oyama, colunista do UOL, "alvo de críticas racistas e xenófobas do atual mandatário do Planalto, dizendo não saber o que essa 'japonesa' estaria fazendo no Brasil".

Além de Bolsonaro, são citados também na ação como réus Fabio Salustino Mesquita de Faria (ministro das Comunicações), Fabio Wajngarten (responsável pela Secretaria de Comunicação), Augusto Heleno Ribeiro Pereira (chefe do Gabinete de Segurança Institucional e responsável pela segurança do presidente da República) e a Advocacia Geral da União.

Em maio, veículos como UOL, o jornal Folha de S.Paulo, o Grupo Globo, o Metrópoles e a TV Bandeirantes decidiram suspender temporariamente a cobertura diária no chamado "curralzinho", espaço normalmente destinado à imprensa na frente do Alvorada, em decorrência da falta de segurança no local. Jornalistas vinham sendo hostilizados frequentemente por apoiadores do presidente, que xingam e exigem a saída dos profissionais daquele local.

O presidente, que constantemente reclama da cobertura da mídia sobre o governo, já chamou a Folha de "canalha" e mandou um repórter do Estado de S.Paulo calar a boca. Ainda afirmou que "nunca teve um ato seu para constranger a mídia" e que "nunca perseguiu ninguém".