Bolsonaro diz que fará consulta popular se Câmara aprovar PL da Fake News
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou o PL das Fake News, aprovado nesta semana pelo Senado Federal, e disse que fará consulta popular se o projeto for aprovado na Câmara também, durante transmissão de live realizada nas redes sociais.
O projeto de lei 2630/20 prevê novas regras para combater as notícias falsas em redes sociais e serviços de mensagens. Após várias versões, o documento foi aprovado por 44 votos dos senadores, enquanto 32 votaram contra e dois se abstiveram.
"Esse é o momento importante para o país, estamos vivendo o momento em que as pessoas tentam resolver problemas através de um PL [projeto de lei], que impede a manifestação livre de outras pessoas", reclamou ele. "Com todo respeito ao Parlamento, faz parte do jogo democrático, mas se aprovado na Câmara, vou fazer uma consulta popular do que vai ser vetado ou não. Por mim, liberdade total nas mídias sociais", completou.
Durante a live, Bolsonaro relembrou ainda que foi processado por danos morais coletivos, pelo Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDDD), subordinado ao Ministério da Justiça. A ação civil pública foi proposta por grupos de defesa dos direitos homossexuais com base em declarações do deputado ao programa "CQC", da Band, em março de 2011, e numa palestra ocorrida na Universidade Federal Fluminense, em setembro daquele ano, de onde acabou expulso pelos estudantes.
Bolsonaro perdeu na primeira e segunda instância e, agora, o processo será julgado no STF (Supremo Tribunal Federal). O órgão pede indenização de R$ 500 mil.
"Não podemos nos render ao politicamente correto. Não pode isso, não pode aquilo. Falaram em racismo reverso. Não sei o que é isso. Está difícil viver no Brasil assim", disse.
"Quem não gosta de uma boa piada? Eu gosto de brincar com o 'Gil cearense', 'o gaúcho macho', 'o baiano ligeirinho', mas não pode fazer mais piada para não entrar na Justiça e acabar com sua vida. Eu respondi sobre o porquê eu não ia em parada do orgulho gay, falei que acredito em Deus, na família, bons costumes, e fui processado. Começou com R$ 150 mil, eu perdi por 3 a 2 na segunda instância. Agora, está no STF em R$ 500 mil. Não podemos continuar agindo dessa maneira, temos que lutar contra isso", acrescentou Bolsonaro.
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