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Não sou ladrão e sou preparado para guerra, diz Witzel

Do UOL, em São Paulo*

15/07/2020 10h50Atualizada em 16/07/2020 08h09

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse em um vídeo publicado em seu perfil do Twitter que não é ladrão e que está preparado para a guerra. Ele ainda disse que algumas pessoas não querem um ex-juiz no governo do estado.

A manifestação ocorre na esteira da possibilidade de um acordo de delação premiada entre o ex-secretário de Saúde Edmar Santos e a PGR (Procuradoria-Geral da República). Edmar foi preso na Operação Mercadores do Caos, que apura um esquema de corrupção na pasta da Saúde. Witzel também é investigado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio) e enfrenta um processo de impeachment na Alerj.

"Fui juiz federal por 17 anos, na carreira tive uma vida ilibada, fui considerado juiz linha dura, me elegi governador do Rio... Todas essas acusações levianas feitas contra mim são por parte de quem não quer um juiz governando o Rio de Janeiro. Não sou ladrão e não deixarei que corruptos e ladrões estejam no meu governo. Peço ao povo do estado do Rio que acredite, que vamos vencer essa guerra contra a corrupção", disse.

Além do vídeo, Witzel escreveu uma mensagem dizendo que não compactua com desvios de conduta. "Sou preparado para guerra, seja no campo de batalha ou nos tribunais. Eu governo o RJ com ética e transparência para fazer o melhor pela população fluminense e não compactuo com qualquer desvio de conduta", escreveu.

"Continuaremos combatendo a corrupção. Fui um juiz linha dura e isso, Infelizmente, está incomodando muita gente ligada ao crime organizado e às máfias que atuam no estado. Por que será que alguns não querem um ex-juiz governando o Estado?", completou.

Prisão de Edmar Santos

Edmar Santos foi preso no último dia 10 numa operação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), suspeito de integrar uma organização criminosa que fraudou contratos de compra de respiradores pulmonares, que são usados em pacientes com covid-19.

Santos, que é médico anestesista e tenente-coronel da Polícia Militar foi preso em casa, em Botafogo, zona sul da cidade. A ação que resultou na prisão do ex-secretário é um desdobramento da Operação Mercadores do Caos, sobre fraudes em contratos da Secretaria Estadual de Saúde, que já tinha resultado na prisão do ex-subsecretário executivo Gabriell Neves, no início de maio deste ano. Por ser oficial superior da PM, Edmar Santos está preso no Batalhão Especial Prisional (BEP) da corporação, em Niterói, região metropolitana do Rio.

Dias depois da prisão de Neves, ainda em maio, Edmar Santos foi exonerado do cargo de secretário estadual de Saúde. O Ministério Público também obteve junto à Justiça o arresto de R$ 36,9 milhões em bens de Edmar Santos, que seria o valor desviado em três contratos para a compra dos equipamentos médicos.

Segundo o MP-RJ, Edmar Santos atuou de forma consciente, "em comunhão de ações e desígnios" com Neves e outros investigados na primeira fase da operação Mercadores do Caos, para desviar recursos públicos destinados à compra de ventiladores pulmonares.

O governador Witzel também é investigado pela compra dos respiradores, mas no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Procuradoria-Geral da Justiça (PGR) pediu nesta segunda-feira (13) que o STJ fique responsável por todos os processos relativos às fraudes na saúde no Rio, realizados por meio da operação Mercadores do Caos.

*Com informações da Agência Brasil.