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Lula critica Bolsonaro e charlatões e pede reação médica contra cloroquina

Ex-presidente Lula critica postura de Jair Bolsonaro (sem partido) frente à pandemia do novo coronavírus - reprodução
Ex-presidente Lula critica postura de Jair Bolsonaro (sem partido) frente à pandemia do novo coronavírus Imagem: reprodução

Do UOL, em São Paulo

24/07/2020 13h24

O ex-presidente Lula (PT) criticou a postura de Jair Bolsonaro (sem partido) e de seus apoiadores a respeito do uso da cloroquina no tratamento da covid-19. Não existe, até o momento, nenhum estudo científico que comprove a eficácia do remédio no combate à doença.

"Isso é um convite a morte, porque não é possível um cara que mal e porcamente foi tenente do exército, que foi expulso, queira dar lições de remédio à ciência do mundo inteiro", disse Lula em uma coletiva do diretório nacional do PT, hoje.

"A gente não pode permitir que charlatões comecem a diagnosticar doenças e dar remédios para que as pessoas sejam curadas. É preciso que haja uma coisa mais forte da área médica, está naturalizado na opinião pública as 'bobajeiras' que o Bolsonaro fala", continuou o ex-presidente.

As frases de Lula eram ditas ao deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), que também é médico e estava na reunião. O ex-presidente disse ao deputado que é necessário uma participação do partido e da comunidade médica para convencer a sociedade a abandonar a ideia do uso da cloroquina.

"É preciso que a gente, com a comunidade médica se mobilizando, convença sociedade que não é prudente tomar esse remédio, é melhor aceitar e acatar recomendações médicas", disse.

Lula também falou que o presidente norte-americano Donald Trump "foi obrigado a se desfazer das cloroquinas que ele não queria" e enviá-las ao Brasil.

Dilma também criticou Bolsonaro

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também esteve na reunião e fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro. Segundo ela, o presidente tomou atitudes deliberadas na gestão do novo coronavírus.

"Acho que o grande problema do Bolsonaro é que ele optou, de forma deliberada, pela alternativa de infecção do rebanho. Ou seja, ele quer que muitas pessoas no Brasil estejam infectadas e aí ele acredita que nós poderemos minimizar os efeitos da pandemia. Não interessa quantos morram, porque é apenas uma 'gripezinha' e por aí", disse ela.

Dilma também falou sobre índice de testagem no Brasil, que ela considera pequeno. Para a ex-presidente, é importante "denunciar" o baixo volume de testes realizados no país.

"Não é possível, é inviável, ter qualquer política e qualquer gestão sobre a pandemia se nós não conseguirmos fazer testes suficientes que permitam dizer quando fechar e quando flexibilizar", continuou ela.

No Brasil, são 2.287.475 casos e 84.082 mortes confirmadas pelo novo coronavírus. A taxa de letalidade da doença no país é de 3,7%, segundo os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde.