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MPF pediu prisão de Witzel, mas ministro do STJ negou

Marcello Chello/CJPress/Estadão Conteúdo
Imagem: Marcello Chello/CJPress/Estadão Conteúdo

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

28/08/2020 09h08Atualizada em 28/08/2020 09h36

O ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Benedito Gonçalves negou o pedido de prisão contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), feito pelo MPF (Ministério Público Federal).

O governador e a cúpula da administração fluminense são alvos de uma operação hoje que apura os crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de capitais. Witzel foi afastado do cargo.

Gonçalves, segundo a assessoria do STJ, diz ter entendido "ser suficiente o seu afastamento do cargo para fazer cessar as supostas atividades de corrupção e lavagem de dinheiro". "O governador deixa de ter poder para liberação de recursos e contratações em tese fraudulentas."

Witzel fica afastado do governo fluminense por pelo menos 180 dias. Ele poderá permanecer na residência oficial. Ele está proibido de manter contato com os demais investigados e as testemunhas da investigação. O processo está sob sigilo.

Em nota, a defesa do governador Wilson Witzel diz que "recebe com grande surpresa a decisão de afastamento do cargo, tomada de forma monocrática e com tamanha gravidade". "Os advogados aguardam o acesso ao conteúdo da decisão para tomar as medidas cabíveis."

Em comunicado, o MPF (Ministério Público Federal) aponta esquema nos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) no Rio e alega que, desde a eleição de Witzel, "estruturou-se no âmbito do governo estadual uma organização criminosa, dividida em três grupos, que disputavam o poder mediante o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos".