PSOL pede investigação de Mario Frias por improbidade administrativa

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados entrou com um pedido de investigação do secretário especial de Cultura, Mario Frias, após o ator fazer críticas a uma sátira produzida por Marcelo Adnet e ameaçar um deputado da sigla. O comediante fez uma esquete brincando com uma campanha estrelada por Frias para a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), feita para o 7 de setembro.

Segundo o PSOL, o integrante do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) usou a Secom para o ataque. Ele também fez ameaça por rede social ao deputado estadual Flávio Serafini (PSOL-RJ), pedindo para ele tomar "cuidado com a PF".

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A bancada do PSOL solicita também que sejam investigados o Ministro da Comunicação Fábio Faria, e o Chefe da Secom, Fabio Wajngarten.

"Infelizmente, não é a primeira vez que a página da Secom nas redes sociais realiza tal tipo de expediente. A Secom é um órgão de governo, com a finalidade de demonstrar as ações políticas do Governo Federal, não de perseguir adversários políticos ou propagar atos eivados de ilegalidade", diz trecho da representação protocolada hoje.

"É vergonhoso o papel que o ex-ator Mario Frias cumpre como secretário de cultura. Além de reafirmar a incompetência do governo na área, Frias também faz jus ao autoritarismo e à ignorância bolsonarista. Sairá do cargo ainda menor do que entrou", afirmou a líder da Bancada do PSOL na Câmara, Samia Bomfim (SP).

Frias, Adnet e Serafini

O secretário especial de Cultura, Mário Frias, usou uma mensagem enigmática para responder ao deputado estadual Flávio Serafini (PSOL-RJ), que o criticou pelo ataque ao humorista Marcelo Adnet. "Cuidado com PF", escreveu ele, no Twitter, sem maiores explicações.

A sigla PF remete à Polícia Federal, que tem, entre outras atribuições, poder para investigar crimes na internet. A mensagem de Frias foi interpretada por usuários do Twitter como uma "ameaça" velada, mas também impulsionou declarações de apoio ao secretário.

A indignação de Frias, e que motivou a reação de Serafini no Twitter, começou com uma paródia de Adnet veiculada na semana passada no programa "Sinta-se Em Casa". O quadro faz alusão à campanha sobre "Heróis Brasileiros", lançada pela Secom. O secretário de Cultura é retratado de forma irônica pelo humorista.

O Twitter oficial da Secom fez posts sobre a sátira de Adnet, usando foto do humorista e o acusando de "parodiar o bem e fazer pouco dos brasileiros".

Depois dos ataques, Adnet fez mais um quadro imitando Frias.