Topo

Justiça revoga prisão preventiva de hackers que invadiram celular de Moro

Moro deixou o Ministério da Justiça acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal - RAFAEL MARCHANTE/REUTERS
Moro deixou o Ministério da Justiça acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal Imagem: RAFAEL MARCHANTE/REUTERS

Andréia Martins

Do UOL, em São Paulo

29/09/2020 13h34

A Justiça Federal de Brasília revogou a prisão preventiva dos hackers que invadiram o celular do ex-ministro da Justiça Sergio Moro e de outras autoridades políticas. A decisão de hoje é do juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, e foi confirmada pelo UOL.

O juiz determinou a soltura de Walter Delgatti Neto e Thiago Eliezer, presos desde o ano passado, por "excesso de prazo". Muitas audiências foram adiadas e remarcadas, atrasando o processo. Com isso, a prisão dos dois se estendeu "por muito tempo", segundo a decisão de Leite.

"Diante de tal situação, não há outra alternativa a não ser revogar a custódia preventiva de Thiago Eliezer Martins Santos e de Walter Delgatti Neto e fixar as medidas cautelares diversas da prisão para manter a vinculação dos réus ao processo e inibir a reiteração delitiva, resguardando assim a ordem pública", diz a decisão.

Na decisão, à qual o UOL teve acesso, Delgatti e Eliezer terão que cumprir algumas regras fora da prisão: terão que usar tornozeleira eletrônica, estão proibidos de entrar em contato com os demais investigados do caso, devem avisar sobre o endereço de residência e estão proibidos de "acessar endereços eletrônicos pela internet, inclusive com a utilização de smartphones -, redes sociais, aplicativos de mensagens tipo WhatsApp ou outro, exceto para videoconferências e compromissos com a justiça, o que será fiscalizado pela Polícia Federal".

Em julho de 2019, a Operação Spoofing desarticulou um grupo que interceptou mensagens de várias autoridades políticas no aplicativo de mensagens Telegram. Além de Moro, foram alvo do grupo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM). Inicialmente, quatro pessoas foram presas, mas apenas Delgatti e Eliezer permaneciam presos.