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Moro cobra condenação em 2ª instância, sobre indicações de Bolsonaro ao STF

Sergio Moro deixou o governo Bolsonaro acusando o presidente de tentar interferir na Polícia Federal - VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL
Sergio Moro deixou o governo Bolsonaro acusando o presidente de tentar interferir na Polícia Federal Imagem: VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

Do UOL, em São Paulo

01/10/2020 22h27

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro questionou indicações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Supremo Tribunal Federal (STF), em post publicado no Twitter. Bolsonaro indicou o desembargador do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) Kassio Nunes Marques para a vaga no STF que será aberta com a aposentadoria do ministro Celso de Mello no próximo dia 13 — Kassio passará por sabatina no Senado, exigência para a nomeação.

"Simples assim, se o PR @jairbolsonaro não indicar alguém ao STF comprometido com o combate à corrupção ou com a execução da condenação criminal em segunda instância, todos já saberão a sua verdadeira natureza (muitos já sabem)", escreveu Moro, sem citar o nome de Kassio Marques.

A reação ocorreu cerca de duras horas depois da live realizada por Bolsonaro, em que o presidente citou a pressão que sofrera de apoiadores para a indicação de Moro ao STF, antes de ele deixar o comando do Ministério da Justiça, em abril.

"O ano passado todo até mais ou menos abril desse ano vocês queriam quem para o Supremo? Me acusavam! O Sergio Moro. Me ameaçavam no Facebook o tempo inteiro. 'Se não for o Sergio Moro para o Supremo, acabou! Acabou, acabou!' Agora você quer que eu troque o Kassio pelo Sergio Moro? E daí? Quer que eu faço o quê? O famoso 'e daí?' Querem o Moro para o Supremo, vai ser leal a nossas causas? Vai ser aprovado no Senado Federal?", ressaltou.

Segundo a blogueira do UOL Thaís Oyama, o presidente conheceu o desembargador Kassio Marques há dois meses apenas. Ele lhe foi apresentado pelo deputado Hélio Lopes. Conhecido como Hélio Negão, o deputado é amigo do ex-capitão há mais de trinta anos.

A escolha surpreende por não ser um dos nomes que estavam na chamada lista de apostas para uma cadeira no STF.

"Vamos supor que estive escolhido o André [Mendonça, ministro da Justiça e Segurança Pública]. Não está descartado. André está na fita, Jorge [Oliveira, ministro da Secretaria-Geral da Presidência] está na fita. Vou falar os dois nomes porque estão ligados a mim. Tem mais gente na fita? Tem", pontuou Bolsonaro, em sua live.