O que Hélio Negão tem a ver com o indicado para o STF
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O presidente Jair Bolsonaro conheceu o desembargador Kássio Nunes há dois meses apenas.
O agora favorito do presidente para a vaga do ministro Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal lhe foi apresentado pelo deputado Hélio Lopes. Conhecido como Hélio Negão, o deputado é amigo do ex-capitão há mais de trinta anos e tão próximo dele e seus filhos que foi a única pessoa fora da família autorizada a entrar no Centro de Terapia Intensiva quando Bolsonaro sofreu o atentado a faca, em setembro de 2018.
Lopes conheceu Kássio Nunes por meio do advogado Edvaldo Nilo.
Nilo, que é também procurador do Distrito Federal no Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais, costuma auxiliar o deputado em questões jurídicas. Em junho, Hélio Lopes pediu-lhe que assumisse o processo que o youtuber Felipe Neto moveu contra ele. Neto acusa Lopes de ter associado seu nome ao crime de pedofilia num vídeo compartilhado pelo parlamentar na internet.
Nilo, baiano, foi quem apresentou o piauiense Kássio Nunes a Lopes. O deputado achou que o desembargador compartilhava dos mesmos valores conservadores que ele e Bolsonaro e, num sábado no final de julho, levou-o ao Alvorada para conhecer o presidente. Sugeriu que Bolsonaro o indicasse para a vaga do ministro Napoleão Nunes Maia Filho no STJ.
Na última terça-feira à noite, Bolsonaro telefonou para Lopes pedindo que fosse ao Alvorada. Disse que chamaria Nunes também.
Foi só ao chegar lá que o deputado soube da intenção de Bolsonaro de indicar o seu amigo para o STF. Da mesma forma, desconheciam os propósitos do ex-capitão os seus mais próximos colaboradores no Planalto. "O presidente deu um passa-moleque em todo mundo", disse um assessor palaciano.
O nome de Kássio Nunes caiu bem entre políticos, especialmente os do Centrão ligados ao senador Ciro Nogueira. Do Piauí, como Nunes, Nogueira apadrinhou alegremente a indicação do desembargador. Já as redes sociais estrilaram: a atuação de Nunes no barulhento caso da licitação do STF que exigia lagostas e vinhos premiados para o bufê da Corte não contribuiu para lustrar a biografia do magistrado, na opinião, inclusive, de bolsonaristas.
No episódio, ocorrido em maio do no ano passado, Nunes, contrariando liminar de uma juíza que suspendeu a licitação por achá-la "destoante da realidade brasileira", decidiu por liberar o luxo. "A mim não me parece que a impugnada licitação se apresente lesiva à moralidade administrativa", escreveu o desembargador.
Notícias dão conta que ministros do STF receberam muito bem o seu nome.
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