Schelp: Bolsonaro fala em fim da corrupção para proteger aliados do centrão

A fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dizendo que acabou com a Lava Jato porque "não existe mais corrupção no governo" é, na opinião de Diogo Schelp, colunista do UOL, 'uma forma velada de admitir que o governo está dedicado a escapar de qualquer investigação independente que revele casos de corrupção'. Schelp apresenta, ao lado de Carla Araújo e Carolina Trevisan, o podcast Baixo Clero #60.

Schelp ainda enfatiza que não significa que a corrupção no Brasil deixou de existir, e que a fala de Bolsonaro aponta que o presidente 'não quer que se descubra nada'. "Por trás disso tem a intenção de proteger seus aliados do centrão no congresso, que são enrolados com a Lava Jato", disse o colunista. (Ouça a partir do minuto 32:40)

Ainda segundo o colunista, Bolsonaro está 'seguindo o roteiro da velha política à risca'. "É o ciclo vicioso, de comprar o apoio do legislativo, enfraquecer a capacidade do Ministério Público de investigar, e do poder do judiciário de punir", disse Schelp. (Ouça a partir do minuto 33:39)

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O podcast também abordou a reportagem divulgada ontem, 9, pela Folha de S.Paulo, que mostrou uma doação irregular feita pelo presidente Jair Bolsonaro para a campanha de seu filho Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). "Bolsonaro demonstra uma característica que é o feito teflon, não importa a sujeira que exista no governo, ou no entorno do presidente, nada gruda nele", disse Schelp. "Essa predileção de pagar e receber em dinheiro vivo ainda vai dar muito pano pra manga", completa. (Ouça a partir do minuto 37:52)

Sobre o assunto, a colunista Carolina Trevisan aproveitou para compartilhar uma conversa que teve com Bruno Paes Manso, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP. "Tudo começou com essa noção de que pra ter solução para a violência, precisa de polícia e não política", comenta Trevisan, se referindo à família Bolsonaro. (Ouça a partir do minuto 40:10)

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