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'Ninguém interferiu' na decisão de Bolsonaro, diz Kassio sobre vaga no STF

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

21/10/2020 17h33Atualizada em 21/10/2020 19h15

Em sabatina no Senado, o desembargador Kassio Nunes Marques afirmou que "absolutamente ninguém interferiu" na decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de o indicar para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).

Marques fez a afirmação ao ser perguntado sobre de quem teria recebido apoio político para sua indicação

"Em relação à decisão do presidente da República, eu posso assegurar dentro do meu conhecimento, é que absolutamente ninguém interferiu na decisão do presidente da República para minha indicação ao STF", disse Marques.

O desembargador no TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) tem 48 anos e é o primeiro indicado por Bolsonaro a uma vaga no STF — depois da aposentadoria de Celso de Mello.

Para ser nomeado, Marques deve ter o nome aprovado pelo voto de 41 dos 81 senadores, em votação secreta no plenário do Senado, prevista para ser realizada ainda hoje — entre os senadores, a expectativa é que ele seja aprovado

Marques participa hoje de sabatina na CCJ do Senado (Comissão de Constituição e Justiça), que começou na manhã de hoje e já dura mais de oito horas.

O desembargador afirmou que estava em campanha desde 2015 para uma vaga no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e que, por isso, a indicação ao STF foi uma surpresa.

Marques disse que o fato de ter concorrido a uma vaga ao STJ pode ter feito seu nome ser lembrado por pessoas consultadas por Bolsonaro sobre o assunto.

"Então esse processo político não foi desencadeado agora, ninguém chegou agora e me lançou como candidato, eu já vinha fazendo um trabalho desde 2015", disse Marques.

"E muito provavelmente muitas pessoas do Poder Judiciário, e do Ministério Público, e muitos parlamentares que conviveram com o presidente da República tenham referenciado meu nome para uma outra função que não era o STF", disse.

"O que chegou ao meu conhecimento é que esta decisão foi própria do presidente", concluiu Marques.