Bolsonaro vê regularização fundiária como resposta a críticas ambientais
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que quer aprovar no ano que vem uma legislação específica de regularização fundiária (legalização de terras) e que esse feito representaria, na visão dele, uma "satisfação" a críticas de países europeus à gestão ambiental no Brasil.
Nações como Alemanha e França já contestaram publicamente o governo brasileiro em função do desmatamento em expansão na região amazônica e também dos incêndios que se alastram pela floresta.
"Pretendemos o ano que vem conseguir o que não conseguimos este ano quando se fala em meio ambiente conseguir para todos aqui a regularização fundiária do nosso país de modo que podemos aqui bem levar a termo e dar uma satisfação às questões daquilo que nos acusam, que é desmatamento e incêndio, que em grande parte é apenas potencializado porque está em jogo sim uma guerra comercial em todo o mundo."
A declaração ocorreu durante inauguração da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Bedim, em Renascença, no Paraná. Foi a segunda agenda do presidente fora de Brasília somente hoje. Mais cedo, ele esteve em Florianópolis para acompanhar uma formatura de policiais rodoviários federais.
Apesar de ser defendida por apoiadores do projeto como uma das soluções para o combate ao desmatamento, uma vez que identifica ocupantes de áreas na Amazônia, a regularização fundiária é criticada por ambientalistas, que apelidaram o projeto de "MP da grilagem" por, segundo eles, legalizar terras ocupadas ilegalmente e incentivar desmatamentos de terras públicas.
Bolsonaro também afirmou que o governo vai concluir em breve um estudo a fim de acelerar liberações ambientais de empreendimentos de forma que o Brasil possa dar um salto na questão da geração de energia.
Sem mostrar evidências que sustentem, o presidente repetiu que o Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente. "Ninguém no mundo —eu desconheço— tem fontes de energia limpa como nós temos. Pega os países mais críticos a nós, que participam da União Europeia, as suas críticas são completamente infundadas, em especial quando falam da nossa região amazônica", disse.
Por fim, o presidente exaltou a sua equipe de ministros e disse que o governo tem uma aliança com "todos os governadores, sem exceção". A declaração contrasta com a realidade, já que Bolsonaro acumula desafetos entre os chefes dos Executivos estaduais, sobretudo o de São Paulo, João Doria (PSDB). O tucano é um provável concorrente na eleição presidencial de 2022.
"O que melhor me faz sentir... A pouca satisfação, ou seja, toda a satisfação que eu tenho no meu governo é comandar um ministério técnico, competente e comprometido com o destino do Brasil. E aliado de todos os senhores governadores, sem exceção."
(Com Reuters*)
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