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AP: Bolsonaro lamenta demora e culpa manutenção de empresa

O presidente Jair Bolsonaro - Eduardo Valente/iShoot/Estadão Conteúdo
O presidente Jair Bolsonaro Imagem: Eduardo Valente/iShoot/Estadão Conteúdo

Do UOL*, em São Paulo

07/11/2020 19h29

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) lamentou hoje a demora no reestabelecimento da energia no Amapá, estado atingido por uma apagão após um incêndio em uma subestação de energia em Macapá na última terça-feira, e culpou a manutenção da empresa contratada para o serviço pelos problemas.

Em pronunciamento feito na internet no início da noite, Bolsonaro afirmou que 63% da energia do estado foi normalizada e ainda deve demorar mais dez dias para todo o Amapá voltar a ter a luz. O apagão atingiu 13 das 16 cidades do estado, que tem cerca de 860 mil habitantes.

"Só [temos] 63% porque foi feito um trabalho de descontaminação do óleo de um desses geradores. Não vou criticar ninguém, mas acho que falhou a manutenção da empresa particular que cuida dessa energia", afirmou o presidente, que não mencionou o nome da companhia em questão e frisou que o governo investigará a explosão do transformador.

A subestação e a linha de transmissão que falharam são da Gemini Energy, que é gerida por fundos de investimento. A concessão, formalmente chamada de Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), pertencia à Isolux, que entrou em recuperação judicial na Espanha.

No fim do ano passado, a linha foi comprada pela Gemini, que pertence a dois fundos de investimentos: a Starboard e a Perfin. Um terceiro equipamento, segundo o presidente, estava em manutenção desde dezembro do ano passado.

"Eu não queria criticar, mas é uma manutenção bastante longa, dez meses. Alguma coisa esquisita está acontecendo. Já era para ter resolvido esse assunto, já. O Ministério de Minas e Energia está investigando essa questão. Quem sabe vai ter uma justificativa", salientou.

Moradores protestam ateando fogo em entulho em rua de Macapá, no quarto dia de apagão na cidade - Gabriel Penha/Photopress/Estadão Conteúdo - Gabriel Penha/Photopress/Estadão Conteúdo
Moradores protestam ateando fogo em entulho em rua de Macapá, no quarto dia de apagão na cidade
Imagem: Gabriel Penha/Photopress/Estadão Conteúdo

Depois de ser cobrado pela população e políticos locais, o ministério da Defesa anunciou o envio de 51 toneladas de materiais que serão utilizados em caráter de emergência para restabelecer o fornecimento. Hoje, após cinco dias, a energia começou a voltar em bairros da capital Macapá e outras regiões.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, viajaram para a cidade neste sábado para acompanhar os trabalhos. "Fui convidado, mas tinha hoje de manhã batizado da minha filha. Estamos sendo bem representados", explicou Bolsonaro na transmissão.

O presidente ignorou na live a derrota de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, confirmada hoje. "Deixo claro que a Marinha disponibilizou três navios que estão na região levando mantimentos. E também uma aeronave. Estão sendo transportados em aviões. O governo federal está sempre pronto para atender."

*Com informações do Estadão Conteúdo