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Alcolumbre reforça cassação da Isolux; ministro fala em apuração antes

Isolux é tida como a responsável pela subestação que pegou fogo e causou o apagão no Amapá - Edilson Rodrigues/Agência Senado
Isolux é tida como a responsável pela subestação que pegou fogo e causou o apagão no Amapá Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Luciana Amaral e Carla Araújo

Do UOL, em Brasília

09/11/2020 16h50Atualizada em 09/11/2020 16h56

Prestes a completar uma semana da explosão na subestação que deixou 90% do Amapá sem energia elétrica, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), viajou hoje a Brasília para se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e reforçar o pedido para que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) casse a concessão da Isolux, segundo auxiliares. A empresa é tida como a responsável pela subestação de energia elétrica que pegou fogo e causou o apagão no estado na última terça (3).

O governo federal trabalha pela retomada gradual do fornecimento de luz, mas instabilidades persistem. A previsão é que a situação só seja normalizada até o final da semana, sem dia certo. No sábado (7), a Justiça Federal determinou que toda a eletricidade fosse restabelecida em três dias. Caso contrário, a Isolux terá de pagar multa de R$ 15 milhões.

Alcolumbre pede que a Aneel investigue a causa do problema que gerou o apagão e que a Eletronorte assuma o comando da subestação. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou ao UOL que também se reuniu hoje com o presidente Jair Bolsonaro para atualizá-lo sobre a situação do estado.

"Atualizamos sobre o andamento das ações lá no Amapá, somente isso", disse.

Em relação à empresa, o ministro falou que é preciso primeiro apurar as causas do incêndio e depois as responsabilidades. "Depois de tudo apurado, cumprindo trâmite que está previsto em lei e dentro dos regulamentos do Operador Nacional do Sistema seja da Aneel, vai se verificar o nível de responsabilidade e aí vão ser imputadas as responsabilidades a quem quer que seja", disse.

Na semana passada, Bento afirmou que a principal hipótese era que o incêndio teria sido causado por um raio.

"Um raio pode ter atingido transformador que pode ter explodido, mas temos que aguardar o Relatório de Análise de Perturbação (RAP) que vai apontar a causa exata", afirmou na ocasião. De acordo com o ministro, esses relatórios são rotineiros e ocorrem periodicamente em todo sistema. "A previsão é que o trabalho seja concluído em até 30 dias", completou.

Alcolumbre não descarta uma possível sabotagem. O apagão ocorre em um momento delicado para Josiel Alcolumbre (DEM), irmão do presidente do Senado, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de Macapá. Há o temor de que o apagão impacte negativamente sua campanha na reta final, especialmente por contar com o apoio do governador do estado, Waldez Góes (PDT), e do atual prefeito de Macapá, Clécio Luis (sem partido).

O presidente do Senado já havia se posicionado contra a privatização da Eletrobras e, com a crise no Amapá, deve evidenciar ainda mais seu descontentamento com a proposta. Se já não havia perspectivas de caminhar num futuro próximo, a expectativa é que fique mais travada.

O texto está paralisado na Câmara dos Deputados desde 5 de novembro de 2019, quando foi entregue pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Desde então, aguarda despacho do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).