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Mesmo com apagão, eleições estão 'asseguradas' no Amapá, diz ministro

Segundo Bento Albuquerque, questão das eleições "parece bastante tranquila" aos olhos do governo - Ian Cheibub/Reuters
Segundo Bento Albuquerque, questão das eleições "parece bastante tranquila" aos olhos do governo Imagem: Ian Cheibub/Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/11/2020 16h09Atualizada em 09/11/2020 16h18

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse hoje que o apagão no Amapá não prejudicará a realização do primeiro turno das eleições municipais no próximo domingo (15). Segundo Albuquerque, os geradores enviados ao estado devem garantir que todas as zonas eleitorais tenham energia elétrica para o dia do pleito.

"Todas as garantias para que a eleição seja realizada no próximo dia 15 estão asseguradas", afirmou o ministro em entrevista à GloboNews. "As ações que nós fizemos, de levar geradores de energia termoelétrica para Macapá e outras regiões do estado, vão garantir que todas as zonas eleitorais tenham energia para conduzir o processo. Também foram fornecidas novas baterias pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Essa questão do processo eleitoral nos parece bastante tranquila."

O Amapá chegou hoje ao sétimo dia de apagão. A energia começou a ser restabelecida no sábado (7), em 13 dos 16 municípios do estado, mas de forma gradual: o fornecimento é feito em sistema de rodízio por regiões, com duração de seis horas. A previsão atualizada para a normalização, segundo Albuquerque, é de dez dias — mesmo prazo anunciado na última sexta (6).

"O que aconteceu no Amapá é inaceitável e inadmissível, e todo o esforço tem sido concentrado para restabelecer o abastecimento. Tecnicamente, está sendo feito o que é possível. Já restabelecemos cerca de 70% da energia, mas [o patamar de] 100% só vai ser alcançado em mais alguns dias. Nós estimamos em torno de dez dias", reforçou.

Ainda segundo o ministro, o caso está sendo "devidamente apurado" e os culpados, quando identificados, serão responsabilizados. "[Não importa] Se [a culpa] é da empresa [LMTE], se é da agência reguladora [Aneel], se é do poder concedente ou do planejamento energético. O mais importante é não permitir que se repita esse tipo de falha em qualquer estado da federação", completou.

Randolfe discorda

Ao contrário do que defende o ministro de Minas e Energia, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse não ver condições para a realização das eleições municipais no Amapá no próximo dia 15, demonstrando preocupação com uma possível "abstenção enorme" da população.

"Não vejo condições de termos sessões eleitorais funcionado com o povo sem energia, com os amapaenses sem fornecimento de energia básica. O TRE [Tribunal Regional Eleitoral] informa que não tem urnas [eletrônicas] com bateria 24 horas. Podemos ter uma enorme abstenção com as circunstâncias que temos", disse o senador, também à GloboNews.

Randolfe classificou como "caótica" a situação de seu estado, agravada pelo aumento de casos de covid-19 e pela dificuldade de acesso à higiene básica, uma vez que muitas regiões também tiveram o abastecimento de água cortado com o apagão.

"A primeira circunstância que temos é um ambiente caótico de racionamento de energia. A segunda circunstância é que, quando iniciou apagão, o Amapá estava com aumento grave do número de casos de covid-19. Imagine que nesses dias as pessoas ficaram sem condições de higiene nenhuma. Então soma-se a situação do apagão, a ausência de higiene e a crescente onda do coronavírus. Não vejo como as pessoas se concentrarem em outra coisa que não seja a sua sobrevivência", argumentou.