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Ciro sobre aliança: Moro é fascista, Huck, apresentador e Doria, mentiroso

Ciro Gomes fala em evento do PDT em apoio a Márcio França (PSB) em São Paulo - Lucas Borges Teixeira/UOL
Ciro Gomes fala em evento do PDT em apoio a Márcio França (PSB) em São Paulo Imagem: Lucas Borges Teixeira/UOL

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

09/11/2020 14h31

O ex-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) classificou uma eventual aliança entre Sergio Moro, Luciano Huck e João Doria (PSDB-SP) como de extrema-direita, e não de centro, como indicou o ex-ministro da Justiça em entrevista. Para Ciro, o Brasil "não cede espaço" para o grupo em 2022.

Um encontro entre Moro e Huck foi noticiado pelo jornal Folha de S.Paulo no fim de semana. A possível aliança foi sugerida por Moro em uma entrevista ao jornal o Globo nesta segunda (9). Além dos três, Moro sugeriu Luiz Henrique Mandetta (ex-ministro da Saúde, do DEM), João Amoêdo (liderança do Partido Novo) e Hamilton Mourão (atual vice-presidente, do PRTB) como "bons candidatos de centro".

"No dia que Doria, Huck e Moro forem de centro, eu sou de ultraesquerda, que nunca fui. Vamos ter compostura. Moro vendeu a toga em troca de um cargo vitalício e é um cara da extrema-direita. Ele se veste como os fascistas italianos da década de 30, é fascista", declarou Ciro, após participar de um evento em apoio à candidatura de Márcio França (PSB), em São Paulo.

O ex-candidato, derrotado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018, afirmou que Moro ter aceitado ser ministro da gestão o transformou em um "grande malandro e corrupto". "Durante o governo Bolsonaro, tudo que pode fazer, fez para acobertar os filhos ladrões do Bolsonaro", afirmou Ciro à imprensa.

O pedetista argumentou ainda que Huck, outro possível candidato a Presidência em 2022, não teria experiência para gerenciar o cargo. "É apresentador de televisão. Ok, é das tarefas mais dignas. Mas isso o prepara para enfrentar o maior peso social, econômico, o posicionamento internacional do Brasil, um Congresso hiperfraturado, ódio para todo lado?", questionou.

Já Doria, avaliou Ciro, tem "legitimidade" por já ter sido eleito, mas "mentiu para o povo". "Ele disse muitas vezes que não deixaria [a prefeitura de São Paulo] e largou. Mas ele não mentiu só isso, ele apoiou Bolsonaro, mudou o nome dele, e, de repente, é o maior inimigo de infância. Ele está enganando quem?", criticou.

Recusando uma frente nacional oposta, à esquerda, com participação do PT, o líder do PDT falou em "nova esquerda" em evento que contou com a presença de Márcio França na capital. Curado recentemente da covid-19, Ciro entrou na campanha na última semana - para não "desviar o debate do município", se justificou.

Ciro fez referência à eleição americana e falou que, como o democrata Joe Biden, França seria o nome mais indicado para derrotar o PSDB em São Paulo. "Tem que ver que tem a possibilidade de ganhar. Nem tanto ao mar nem tanto à terra", declarou.