Mourão diz que militares da ativa devem ficar longe da política
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) se manifestou sobre polêmicas recentes que envolveram membros das Forças Militares. Ele disse que a politização deve ficar afastada dos quartéis e ser restrita a quem está na reserva.
Mourão entende que, se os militares da ativa passarem a fazer política, "a disciplina e a hierarquia sairão pelas portas dos fundos". Portanto ele concordou com o comandante do Exército, Edson Pujol, que ontem disse que os militares "não querem fazer parte da política, muito menos deixar ela entrar nos quartéis".
Mourão explicou que discussões políticas podem causar problemas nas ações militares.
"Nós já sofremos (com a politização) até antes do período de 1964. Foi um problema de politização da Força Militar, que só serviu para causar divisão. Não se envolver na politica está no regulamento. Diz que é vedado participar de qualquer movimento partidário. Política tem paixões e isso pode levar a discussões. Política compete a nós, que somos da reserva. Quem é da ativa não pode estar participando disso. A legislação foi mudada em 1964, porque o camarada era eleito e voltava ao quartel. Não era salutar", lembrou o vice-presidente.
Ambos falaram isso por causa de declarações polêmicas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ex-ministro General Santa Cruz, nesta semana. Primeiro Bolsonaro insinuou que poderia usar forças militares contra os Estados Unidos, por causa de questões ambientais. E ontem o general protestou contra esse posicionamento no Twitter.
Mourão também falou sobre a qualidade e o orçamento do exército, que foram criticados por Pujol ontem. O vice-presidente disse que os militares entendem a falta de investimento.
"(Ter um orçamento maior) é um objetivo permanente das Forças Militares, pra que atingissem 2% do PIB, porque as Forças vivem com dificuldades. Mas as Forças compreendem a situação do País, que tem outras necessidades", ressaltou Mourão.
Hoje o vice-presidente já chamou atenção porque reconheceu "pessoalmente" a vitória de Joe Biden na eleição presidencial dos Estados Unidos, enquanto Bolsonaro ainda não fez isso. Na entrevista desta tarde, ele repetiu o mesmo posicionamento.
"Hoje terminou situação do Arizona e foi pra 306 (delegados). Ficou complicado. A não ser que o Trump tenha uma carta na mão que a gente não conhece", disse ele, para depois afirmar que o posicionamento do Brasil deve acontecer em breve: "aguarda o momento que isso vai acontecer e não vai ter uma hecatombe nuclear por causa disso", brincou.
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