Mulher de Eduardo Bolsonaro diz que errou ao criticar movimento antivacina
Esposa do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Heloísa Bolsonaro diz que "errou" ao criticar o movimento antivacina, que questiona a necessidade de imunização de crianças e adultos. Ela também pediu desculpas ao chamar o movimento de "coisa de retardado".
"Sobre o que falei anteriormente sobre o movimento antivacinação: errei ao emitir opinião sobre algo que, como disse, não conheço (e detesto opinião atoa). Mas agora, como mãe, eu olho para a minha filha e só penso em protegê-la, de todas as formas. Mas não sei sobre o movimento, seus argumentos. Opinei com base no que já ouvi. Se você possui suas convicções, ignore", disse ela, em nova mensagem publicada no Instagram .
"E [o movimento antivacina] não é coisa de retardado, me desculpem. São apenas pessoas que pensam diferente, ou possuem informações que eu não possuo", completou em seguida.
Mais cedo, Heloísa Bolsonaro afirmou nas redes sociais que o movimento antivacina seria "coisa de retardado". A declaração foi uma resposta a um seguidor que perguntou a Heloísa se Geórgia, sua filha recém-nascida, tomará todas as vacinas.
A posição de Heloísa contraria a do próprio marido, Eduardo, e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Recentemente, ambos defenderam que a vacina contra a covid-19, quando liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e distribuída à população, não deve ser obrigatória.
Pela legislação, cabe ao Ministério da Saúde, hoje comandado pelo general Eduardo Pazuello, determinar quais imunizantes são obrigatórios no Brasil. Vacinas como a BCG, aplicada ainda na maternidade, contra a Hepatite B e contra a poliomielite, por exemplo, são algumas delas.
Uma outra lei, sancionada em fevereiro por Bolsonaro, ainda prevê a obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19. Diz o texto:
"Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, poderão ser adotadas, entre outras, as seguintes medidas:
I - isolamento;
II - quarentena;
III - determinação de realização compulsória de:
a) exames médicos;
b) testes laboratoriais;
c) coleta de amostras clínicas;
d) vacinação e outras medidas profiláticas; ou
e) tratamentos médicos específicos".
Críticas à vacinação obrigatória no G20
A mais recente manifestação de Bolsonaro contra a vacinação obrigatória contra a covid-19 foi feita diante dos 20 líderes das maiores economias do mundo que participam da cúpula do G20, organizada pela Arábia Saudita.
"É com esse objetivo que participamos de diferentes iniciativas voltadas ao combate à doença. No entanto, é preciso ressaltar que também defendemos a liberdade de cada indivíduo para decidir se deve ou não tomar a vacina. A pandemia não pode servir de justificativa para ataques às liberdades individuais", defendeu o presidente.
(Com informações da agência RFI)
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